«Tivemos as duas melhores oportunidades ainda com 0-0», aponta José Mota
José Mota, treinador do Farense Foto: GRAFISLAB

«Tivemos as duas melhores oportunidades ainda com 0-0», aponta José Mota

NACIONAL28.01.202421:57

As declarações do treinador do Farense, na sala de imprensa do Estádio São Luís, em Faro, após a derrota (1-3) da sua equipa com o FC Porto.

No final do jogo, e apesar da derrota, José Mota estava satisfeito como comportamento dos seus jogadores, apontando para a falta de pontaria na finalização, principalmente em duas situações na 1.ª parte, e quando o resultado estava ainda em branco, que poderiam ter escrito uma história diferente ao jogo.

- Que análise faz ao jogo?

«Defrontámos um bom adversário, que está talvez na melhor fase da época e que justificou esse bom momento aqui no São Luís. Nós sabemos que para vencermos os ‘grandes’, ou dividirmos os jogos ou há fatores muito importantes: a concentração, a equipa ter ambição, a organização é fundamental. Mas há um fator que sobressai: nos momentos cruciais é importante que se marque. Acho que tivemos as duas melhores oportunidades de golo ainda com o resultado em 0-0 e, a fazermos um dos golos, estávamos em vantagem. E percebemos qual é a diferença entre estar, ou não, em vantagem no marcador, porque é claramente diferente a forma de estar, a organização também, o próprio adversário pensa o jogo de forma completamente diferente. Tínhamos prometido que iríamos tentar dividir o jogo, e dividimos, iríamos tentar criar situações de golo, e criámos. Não tivemos a sorte do jogo nessas duas situações mais flagrantes do encontro. E depois, também pelo entusiasmo, numa fase do jogo com sinal mais para nós, a jogar mais no meio-campo do adversário, se calhar, fruto também de alguma inexperiência, em dois lances entregámos quase o jogo.  Um livre a nosso favor em que saímos a toque curto e isso é dar vantagem ao adversário, pela capacidade de pressão que têm. O segundo foi uma bola parada para a qual estávamos preparados, mas mérito para o adversário como desenvolveu essas jogadas. Nós percebemos que o FC Porto tinha mais jogo, mais bola, mas que o jogo estava dividido, e se tivéssemos feito um golo seria muito difícil o FC Porto gozar de tanto espaço, ter tanta liberdade, conseguir tantas triangulações. Conseguimos fazer um golo, de grande penalidade, e entrámos novamente no jogo, sem criarmos grandes oportunidades, porque o FC Porto sabe gerir e jogar com o resultado, sempre muito seguro, muito bem organizado, a fazer faltas quando tentávamos sair em transição. Acabámos por perder, mas digo-lhes que tenho de elogiar os meus atletas, acho que deram um bom espetáculo no São Luís, foram valentes e nunca desistiram. Independentemente da derrota, que muitas das vezes custa a engolir, tenho de dar os parabéns ao FC Porto, porque é um grande FC Porto, está num bom momento e fez três golos.»

- Sentiu que as alterações surtiram o efeito desejado na 2.ª parte?

«Estávamos em desvantagem tínhamos que tentar aproximarmo-nos e ser mais pressionantes, tentar jogar mais no meio-campo do adversário. Foi nesse sentido. Penso que os que entraram tentaram fazer isso, mas também é difícil entrar num jogo destes e tentar dar a volta a estes resultados e acrescentar muito mais ao jogo do que os outros que lá estavam. Com a entrada do Vítor (Gonçalves) alterámos o esquema do triângulo do meio-campo, alterando o vértice para tentarmos bloquear a saída do FC Porto pelos dois médios mais defensivos, que estavam a ter muita liberdade com o desgaste dos meus homens do meio-campo. E aí o jogo ficou mais dividido, eles não gozaram de tanto espaço. Todas as substituições não foram só no sentido de refrescar, mas de dar também mais agressividade ao setor ofensivo e conseguimos.»

- Apesar da derrota a equipa sai motivada?

«Já demonstrou muitas vezes que apesar de perder, está para luta. Só perdemos duas vezes seguidas no início do campeonato, com o Casa Pia e depois no Dragão. Depois nunca mais aconteceu isso. E isso é importante, é a reação que as equipas devem ter. Nós temos isso. Amanhã vou dar um descanso aos jogadores que eles merecem e no primeiro treino vamos trabalhar para o jogo com o Chaves, que é o mais importante da época. E eles têm tido sempre uma reação excelente. Tenho elogiado muito este grupo de trabalho, quer nas derrotas como nas vitórias, porque estes rapazes trabalham muito com uma alegria tremenda.»