Tiago Fernandes explica a semelhança entre o pai e Eusébio
Eusébio com Manuel Fernandes em 1972 (ASF/PRESS PHOTO AGENCY)

Tiago Fernandes explica a semelhança entre o pai e Eusébio

NACIONAL07.07.202420:15

Filho do lendário goleador do Sporting, que morreu no passado dia 27 de junho, marcou presença na cerimónia “Kick-Off”, da Liga; recorda mensagens inesperadas e olha para o legado do progenitor

Manuel Fernandes foi alvo de uma sentida homenagem na cerimónia Kick-Off da Liga, realizada este domingo no evento marcado pelo sorteio das competições profissionais de futebol, para a época 2024/25. E foi à margem do mesmo que Tiago Fernandes, treinador do Torreense e filho da lenda do Sporting, falou à Sport TV + acerca da memória do pai, que pretende fazer durar.

«É de louvar tantas homenagens que têm feito ao meu pai. É sempre gratificante, como filho, e a família também reconhece a dimensão que ele tem no futebol português e no futebol internacional. Muitas das vezes, nós até nem tínhamos a noção dessa grandeza. Há mensagens que têm chegado de toda a parte do mundo que eu sinceramente não esperava. Por exemplo, do presidente da FIFA [Gianni Infantino]. Na Liga, o meu pai era embaixador e trabalhava com o Pedro Proença há algum tempo e também eram amigos. É sempre bonito ver este tipo de homenagens porque mantêm a memória dele eterna», começou por dizer.

Tiago Fernandes olhou depois para as outras cerimónias da Liga em que marcou presença com o pai.

«Também tive o prazer de estar presente em outras homenagens que fizeram ao meu pai. No ano passado vim sozinho, também lhe foi feita uma homenagem, há dois anos viemos os dois e neste momento como ele não pode vir comigo, infelizmente, eu venho avivar a memória e estar presente neste tipo de eventos, que é importante para os mais jovens que não o viram jogar, mas que sabem que ele foi uma pessoa importante para o futebol português.»

O treinador explicou depois as semelhanças que vê entre Manuel Fernandes e Eusébio: «O meu pai dizia-me que ele não tinha inimigos, tinha adversários e respeitava-os muito dentro do campo. Eu acho que ele é como o Eusébio, que também é uma pessoa querida para os sportinguistas e para o futebol português e para as pessoas que gostam de futebol. Porque são jogadores que não têm problema em admitir que são do seu clube.»

«O meu pai rejeitou sempre as ofertas que tinha para jogar no Benfica, no FC Porto e noutros clubes e só saiu do Sporting quando já não o quiseram. Jogou em quatro clubes na sua vida e todos vestiam de verde e branco. Ele era mesmo apaixonado pelo Sporting e nós sentíamos isso em casa. E mesmo sendo assim, ter o carinho de todos os adeptos de outros clubes é difícil de explicar, porque não é fácil um jogador que jogue num clube como o Sporting ter tanto carinho de clubes que defrontou, a quem fez golos e a quem tirou campeonatos. É sempre importante para mim manter esta figura do meu pai e fazer com que o nome dele seja respeitado até ao fim da minha vida», concluiu.