«Terreno e chuva não foram razão para o jogo mudar na 2.ª parte»

Roberto Martínez não viu apenas aspetos positivos. «Jogámos com o coração, precisamos de fazer 90' com cabeça», apontou

A vitória (3-2) de Portugal sobre a Eslováquia esta sexta-feira à noite, no Dragão, não ficou imune a reparos de Roberto Martínez, que não gostou de ver a forma acelerada como Portugal quis sempre armar o seu jogo ofensivo estando na posse da bola. Preferia ter visto maior circulação, uma gestão com bola, e assumiu que a Seleção jogou mais com o coração do que com a cabeça após o intervalo, rejeitando, até, que a chuva e o estado do relvado tivessem influência no que se viu nos segundos 45'.

«Concordo totalmente, acho que a nossa primeira parte foi muito boa, o trabalho que fizemos foi executado com clareza extraordinária, marcámos dois golos, tivemos controlo total, mas na segunda parte jogámos mais com o coração do que com a cabeça, tentámos marcar mais golos, Dubravka [guarda-redes da Eslováquia] teve bom desempenho e não controlámos o jogo. Precisamos de melhorar. O ambiente no Dragão foi espetacular, apoio foi muito importante e muito bom, mas como equipa jogámos com o coração na segunda parte. Merecemos ganhar, mas precisamos de fazer 90’ com a cabeça e com o controlo da primeira parte», analisou Martínez.

«Na primeira parte fizemos o que tivemos de fazer, na segunda, a Eslováquia, precisando de ganhar o jogo, correu mais riscos e nós tentámos marcar a cada posse de bola, o que não ajudava a ter pausa no jogo. Foram decisões, mas o jogo precisava de posses mais longas e mais controlo, tínhamos de jogar mais de frente. Leão teve problemas estomacais, mas isto é normal, precisamos de ter melhores decisões para controlar o jogo. Defender com bola é aspeto importante e quanto tivemos a bola quisemos atacar rapidamente, depois sofremos dois golos, mas o terreno e a chuva não foram razão para o jogo ter mudado tanto na segunda parte», juntou.

Gostou, ainda assim, de ver em prática as ilações retiradas do jogo de Bratislava.

«Depois desse jogo precisávamos de nos adaptar e fizemos isso. A Eslováquia é equipa bem trabalhada, com bloco médio, e tivemos probemas. Não encontrámos linhas de passe nem tivemos boas decisões [na Eslováquia], mas hoje foi diferente, as decisões boas, a disciplina tática posicional foi uperlativa e depois utiizámos o talento que temos para criar situações de 1x1 para o Rafael Leão, para a ligação entre Ronaldo e Ramos entre linhas, na capacidade de interpretar e encontrar espaço para o Bruno Fernandes, e tivemos situações muito claras. Precisamos de jogos assim, para nós é melhor ganhar 3-2 e poder crescer e melhorar e não ganhar por 5-0. tTvemos oportunidade de marcar mais golos, mas precisamos de jogos como o de hoje para melhorar», advogou.