Benfica «Tenho a certeza de que Arthur Cabral vai triunfar!»

Lateral-direito da seleção brasileira que conquistou o tetra no Mundial-1994, nos Estados Unidos, depois de vencer na final a Itália no desempate por penáltis, adjunto de Dunga na canarinha de 2006 a 2010, Jorginho, 58 anos, agora treinador, testemunhou a ascensão de Arthur Cabral no Ceará, em 2018.

Não por muito tempo, mas o suficiente para não se esquecer do avançado brasileiro, então com 20 anos. Jorginho esteve só três jogos na equipa nordestina, mas ficou bem impressionado com o agora reforço dos encarnados.

«Ainda há pouco tempo comentei com o meu assessor que o Arthur ‘estava na oportunidade’. Só estive três jogos no Ceará e cheguei a utilizá-lo», começa por dizer, em conversa com A BOLA, o campeão do mundo, referindo-se à titularidade de Arthur Cabral no terceiro e último jogo à frente da equipa brasileira.

«Dava para ver que tinha muita qualidade. É muito bom jogador», prossegue, para descrever as características do avançado contratado pelo Benfica para substituir Gonçalo Ramos. «É forte, movimenta-se muito, não fica apenas como pivot na área, cai bem para os lados. E é muito inteligente. Só estive três jogos no Ceará, mas deu para perceber que, realmente, tem capacidades diferenciadas. É forte na finalização e muito bom nas bolas pelo ar», analisa Jorginho.

O treinador recorda que, «apesar de muito jovem», Arthur Cabral entrou na equipa com «muita personalidade», lutando pela titularidade, por exemplo, com Éder Luís, que oito anos antes tinha passado, sem sucesso, pelo Benfica. «Naquela altura já tinha o sonho de jogar na Europa. E está a concretizá-lo», atira Jorginho.

Com formação no Ceará, Arthur Cabral ainda passou pelo Palmeiras antes de se transferir para o Basileia. Por lá ficou duas temporadas e meia até se mudar para a Fiorentina. Dá agora o passo para o Benfica e Jorginho não duvida do sucesso do compatriota: «Tenho a certeza de que vai triunfar.»

Para os benfiquistas que não o conhecem bem Jorginho considera que Arthur Cabral tem «o estilo de Fred», referindo-se ao antigo avançado internacional brasileiro, que fez carreira, entre outros, em clubes como América Mineiro, Cruzeiro, Lyon ou Fluminense: «É difícil encontrar alguém parecido com ele, mas, como Fred, tem muita capacidade de finalização, é excelente a desempenhar a função de pivot e, ao mesmo tempo, movimenta-se muito bem.»