A desvantagem numérica dos leões depois da expulsão de Diomande foi atenuada por Gyokeres, que jogou por vários; Sporting foi adulto
Depois de uma derrota dolorosa frente à Atalanta, o Sporting teve um jogo que parecia encaminhar-se para um triunfo confortável, mas que acabou por se transformar num exigente e inesperado teste. E nesse teste, a maturidade dos leões e a frieza do seu treinador foram fundamentais para o resultado positivo obtido. Numa primeira parte jogada com baixa intensidade (os quatro europeus portugueses venceram todos por margens tangenciais, daí que possa recuperar-se a ideia do vírus da UEFA) o Sporting chegou à vantagem aos 31 minutos, por Gyokeres, na primeira oportunidade de golo que teve. Este facto, ter-se passado mais de meia hora sem emoções ao rubro, explica-se pela fortaleza defensiva engendrada por Daniel Ramos, que nunca viu a sua equipa esticar-se e incomodar, nem sequer ao de leve, Adán, e por algum deixar andar dos leões.
Quando Edwards (31) meteu a bola num espaço que só ele viu para uma finalização competente de Gyokeres, o mais difícil, quebrar a resistência arouquense, parecia feito. Porém, Diomande - que está ainda numa fase de aprendizagem de várias fases do jogo, e precisa de ser mais prudente em certos momentos - que já tinha visto um cartão amarelo (29), por uma discussão de lana caprina com Mujica, disputou uma bola com Trezzo, tocando o rosto do uruguaio numa ação normal, e foi penalizado com segundo cartão amarelo, deixando a sua equipa a jogar com dez elementos. Foi lance para cartão amarelo?_Francamente, não, tratou-se de um exagero do árbitro que a partir desse momento, e perante a contestação generalizada de Alvalade, se perdeu completamente, penalizando disciplinarmente sobretudo a equipa forasteira. Num jogo que esteve muito longe de ser uma batalha campal, foram mostrados onze cartões amarelos, dois dos quais dobrados, o que não abona o desempenho de António Nobre.
Gyokeres é um sério candidato a melhor jogador do campeonato; Pedro Gonçalves e Morita na única forma de haver comunicação entre eles: a linguagem do futebol; Diomande vítima de uma aberração arbitral
Rúben amorim pragmático
A ganhar por 1-0 ao intervalo e com um homem a menos, o treinador do Sporting pensou no equilíbrio da sua equipa e sacrificou Marcus Edwards, que tinha sido dos melhores em campo nos primeiros 45 minutos, e fez entrar Matheus Reis para recompor a defesa, passando a jogar em 3x4x2. Enquanto isso, correndo atrás do prejuízo, Daniel Ramos deu mais força ao meio-campo e ataque com Pedro Santos e Jason e até começou por ser feliz quando Mujica empatou (52), após cruzamento do recém-entrado Jason. E foi a partir daí que o Arouca desiludiu, porque em vez de fazer valer o homem que tinha a mais, encolheu-se, tentou perder tempo, e terá passado ao lado de ser feliz em Alvalade.
Foi ao choque e não caiu e soube aproveitar os espaços para ferir o leão
Por seu turno, a reação do Sporting foi forte, logo após o empate Nuno Santos rematou à malha lateral (55) e aos 58 minutos Amorim refrescou as alas, com Catamo na direita, Matheus Reis a derivar para a esquerda e Quaresma a juntar-se a Coates e Inácio, no meio da defesa. A estas mexidas que agitaram bem a equipa, juntou-se o fator-Gyokeres, que fez um jogo monumental, aparecendo em toda a frente de ataque com uma disponibilidade física assombrosa, diluindo, ele só, a superioridade numérica do adversário.
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Segundo golo e controlo
Estavam jogados 68 minutos quando Pedro Gonçalves inventou uma grande jogada na esquerda, e meteu a bola à frente de Morita para o japonês colocar de novo os leões na frente. O Arouca, que jogava com onze contra dez mostrou-se então demasiado conformado, e também provavelmente condicionado pelo critério demasiado apertado e severo do árbitro, enquanto que Amorim revitalizou o meio-campo com a troca de Hjulmand por Daniel Bragança (82) e viu, aos 85 minutos, Arruabarrena fazer a defesa da noite a remate de Catamo. A expulsão (87) de Fernandes só veio confirmar o que estava claro: a vitória, justa, não ia fugir de Alvalade.
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