Sporting: ser o líder dos suplentes utilizados já é pouco para Bragança
Ninguém saltou mais vezes do banco esta época, mas o médio tem o mérito de criar agora a dúvida quanto ao meio-campo titular; sem Hjulmand, deve avançar em Barcelos
Daniel Bragança está claramente na melhor fase da carreira e tem complicado positivamente as contas de Rúben Amorim, treinador do Sporting, quanto às escolhas para o meio-campo.
Já terá sido, muito provavelmente, mais fácil eleger a dupla Hjulmand-Morita, mérito de Daniel Bragança, médio de 24 anos (celebra os 25 a 27 de maio), que dá provas a cada jogo, a cada semana, a cada mês, de que se encontra totalmente recuperado da grave lesão que sofreu e que o atirou para a mesa de operações e para longe da equipa (lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito custou-lhe toda a temporada passada).
Numa mensagem nas redes sociais após a operação prometeu «voltar mais forte» e a realidade é que está mesmo mais forte.
Daniel Bragança só precisa de um minuto para chegar ao jogo 40 da temporada. O médio lidera no capítulo das entradas a partir do banco, tendo 23 partidas como suplente utilizado. Provavelmente, quererá ser bem mais do que isso, desejará ser titular e poder lutar firmemente por uma chamada à Seleção Nacional, e a tendência tem sido essa, ser visto cada vez mais como alguém relevante na equipa.
Rúben Amorim tem apostado sistematicamente no médio da formação leonina, já premiado esta temporada com a braçadeira de capitão, e seria surpreendente se não ocupasse na próxima sexta-feira, em Barcelos, com o Gil Vicente, a posição central do meio-campo, que está privada de Hjulmand. O internacional dinamarquês viu o cartão amarelo no jogo com o Benfica e terá de cumprir jogo de castigo.
É certo que Hjulmand faz habitualmente o lugar mais recuado do meio-campo, mais próximo dos centrais do que Morita ou Bragança, mas neste caso Rúben Amorim pode pedir ao japonês que fique com a missão do colega ausente.
Koindredi, o reforço de inverno contratado ao Estoril, também é opção, assim como Pedro Gonçalves, recurso de muitas lutas para Rúben Amorim, mas não dar mais esta oportunidade a Bragança poderia sugerir alguma hesitação em relação a um jogador que celebrou no dérbi a centésima presença na equipa do Sporting e está já na melhor temporada da carreira.