Sporting: Hugo Viana abre porta a Rúben Amorim no City

NACIONAL12.10.202409:30

Diretor desportivo tem selado acordo com os ‘citizens', que ainda não sabem se Guardiola continua: se o catalão não renovar, português entra na equação... Expectativa na continuidade na estrutura até final da época

Hugo Viana vai mesmo ser o novo diretor desportivo do Manchester City. A possibilidade foi avançada na terça-feira, pelo jornalista especialista no mercado de transferências Fabrizio Romano, ganhou força nos últimos dias e é agora uma certeza, confirma A BOLA. O homem forte do futebol do Sporting substitui Txiki Begiristain, que se reforma após 12 anos no cargo, numa altura em que os citizens esperam pela resposta de Pep Guardiola quanto à renovação do contrato que termina no final da temporada: se o treinador catalão não continuar, a porta do City fica aberta a Rúben Amorim.

Nem Sporting, nem o clube inglês se pronunciaram sobre as notícias vindas a público. O silêncio, de uma e de outra parte impera, mas o futuro de Hugo Viana não passa por Alvalade, mas antes por Manchester. Apesar de não soprar qualquer palavra por parte dos envolvidos, sabemos que há a expectativa de Hugo Viana poder permanecer até que termine o campeonato, se bem que isso implique o diretor manter contacto com o futuro clube mesmo a partir de Alvalade, porque há toda uma nova temporada para preparar e isso naturalmente necessita de tempo.

Tudo indica que Hugo Viana vai conduzir ainda os leões no mercado de inverno, que abre em janeiro, altura em que os verdes e brancos poderão fazer algum reajuste no plantel, mas sobretudo vão querer segurar os principais jogadores para a luta que se adivinha difícil por um bicampeonato que não consegue há 70 anos. Nessa altura, a dupla Viana/Amorim estará em plenas funções em Alvalade. A incógnita será depois.

Em final de contrato e depois de nove épocas no Manchester City — este percurso começou em 2016/2017 e desde então valeu seis títulos da Premier League; duas Taças de Inglaterra; quatro Taças da Liga; três Supertaças; uma Champions; uma Supertaça europeia; um Campeonato do Mundo de Clubes —, Pep Guardiola prepara-se para dar resposta à proposta de renovação dos citizens e dela depende a possibilidade de Hugo Viana não rumar sozinho a Manchester. A relação de proximidade com Rúben Amorim é conhecida e o sucesso dela esta bem patente nos títulos conquistados desde 2020: dois campeonatos; duas Taças da Liga; uma Supertaça Cândido de Oliveira. O que abre a porta do City ao treinador português, sabendo-se que este tem contrato com os verdes e brancos válido até junho de 2026 e uma cláusula de rescisão de 20 milhões de euros, valor que para um clube milionário como o City não é problema.

RELAÇÃO DE CUMPLICIDADE

Hugo Viana e Rúben Amorim, no Sporting de Frederico Varandas, são exemplo de cumplicidade e de confiança. Neste percurso de quase cinco anos em Alvalade, o diretor desportivo fez sempre todos os esforços para conseguir os jogadores desejados pelo treinador. Foi assim, por exemplo, com Paulinho, que em janeiro de 2021 trocou o SC Braga pelos leões numa operação de 16 milhões de euros; foi assim com Gyokeres, contratado ao Coventry por 20 milhões de euros, a mais cara contratação da história do emblema leonino, com os resultados que estão à vista. E foi até ao último minuto que este verão tentou contratar o grego Fotis Ioannidis, avançado mais desejado pelo treinador para reforçar o ataque mas que o Panathinaikos fechou a sete chaves até que, na reta da meta, Viana teve de se esmerar para conseguir o dinamarquês Conrad Harder, muito cobiçado pelo Brighton mas convencido a rumar a Portugal.

Por tudo isto não admira as palavras de gratidão que Amorim, já mais de uma vez e publicamente, proferiu sobre o diretor.  «Todos os treinadores deveriam ter a sorte de trabalhar com o Hugo Viana, não só pela competência mas pela lealdade que tem para com todos os treinadores. Toda a gente que, a partir de hoje, tem a sorte de treinar o Sporting vai parecer sempre melhor do que aquilo que é», disse este verão quando recebeu o prémio de melhor treinador da última temporada. «Envolve muitas mais coisas. O Hugo Viana já provou várias vezes que consegue fazer magia. Lutamos com clubes mais fortes do que nós financeiramente. Temos de mostrar o historial, vender o campeonato...», disse também sobre Viana quando os leões lutavam por Ioannidis. «É imprescindível na nossa ideia, a ligação que tenho com ele é muito mais do que o trabalho, é como se fosse um familiar para mim. A forma como não requer atenção e está sempre pronto a ajudar o treinador e a estrutura… O papel dele tem sido crucial. Falo por mim, o Hugo Viana é imprescindível. Tem um papel fundamental e faz o seu trabalho como ninguém», garantiu.

Tudo vai então depender de Pep Guardiola, da resposta do técnico catalão, sendo certo que numa mudança, Rúben Amorim parte em posição privilegiada... E seria um problema extra para Frederico Varandas, que já sabe que vai perder uma «peça fundamental» na estrutura — «Acreditamos muito no processo de trabalho, quando falo neste reconhecimento não é só o treinador. O Hugo Viana é peça fundamental. Vai ficar chateado, mas vou dizer: já teve convites para as melhores ligas da Europa. Recusou. Ao contrário de outros que supostamente têm convites e são publicitados, ele é ao contrário. Tenho muito orgulho nesta estrutura», disse o presidente leonino — e passaria a correr o risco de perder também o treinador que por €10 milhões de euros contratou ao SC Braga e que já lhe ofereceu dois títulos de campeão...