Sporting chega aos 100 golos em 27 jogos e é o mais rápido em 47 anos
No pós 25 de abril de 1974, apenas três equipas chegaram mais rapidamente aos 100 golos: o Benfica em 1975/1976 (35 jogos) e o FC Porto em 1976/1977 (36)
O golo de Gyokeres ao Rio Ave, aproveitando passe mal medido de Amine com o sueco a rematar ainda fora da área, foi o 100.º do Sporting na presente temporada. Coates faria ainda o 101.º: 63 no campeonato, 18 na Taça de Portugal, 14 na Liga Europa e 6 na Taça da Liga. Parece uma marca relativamente simples de alcançar, mas, pelo menos para os leões, não tem disso assim tão acessível.
Se considerarmos apenas as provas de caráter nacional – excluindo, pois, o Campeonato de Lisboa, que se realizou entre 1907/1908 e 1946/1947 – esta foi apenas a 22.ª vez em que o Sporting chegou a marca redondinha dos 100 golos. Em mais de 100 anos de competições nacionais (o Campeonato de Portugal começou a disputar-se em 1921/1922).
Tal como seria de esperar, atendendo ao vendaval de golos que se registou nessas décadas, metade das ocasiões em que os leões chegaram aos 100 golos aconteceu até meados dos anos sessenta do século passado: duas nos anos 30, quatro nos anos 40, três nos anos 50 e 2 nos anos 60.
E foi precisamente na final da primeira destas décadas e no início da segunda que o Sporting chegou mais rapidamente aos 100 golos. Em 1937/1938 e 1939/1940 demorou apenas 20 jogos para já chegar. Ou seja, média de cinco golos por jogo em casa uma destas temporadas.
Agora, mais de 80 anos depois desses gloriosos anos de Fernando Peyroteo, o Sporting demorou 37 jogos para chegar à mesma marca. Quase o dobro. Parece um registo meio cinzento quando comparado com os das décadas de 30, 40, 50 e 60. Porém, a análise muda de perspetiva se lhe dissermos, caro leitor, que nos últimos 61 anos (!) apenas por uma vez os leões foram mais rápidos a atingir a centena de golos.
Aconteceu em 1973/1974, quando chegou à marca redondinha em menos cinco jogos: 32. E numa época em que o Sporting tinha um super-goleador chamado Hector Casimiro Yazalde, que apontou nada menos de 50 golos nessa época: 46 no campeonato e 4 na Taça das Taças (não participou em nenhum dos cinco jogos dos leões na Taça de Portugal).
Ou seja, só recuando 50 anos, até ao Sporting de Mário Lino, Yazalde, Marinho, Nélson, Dinis e Chico Faria, para mencionarmos apenas os homens-golo da equipa, encontramos uma equipa mais rápida do que este Sporting de Rúben Amorim, Gyokeres, Pedro Gonçalves, Paulinho, Sebastian Coates ou Francisco Trincão, para referirmos, igualmente, os melhores marcadores.
Até agora, nos pós-25 de abril de 1974, o recorde leonino pertencia à equipa de 2001/2002, liderada por Laslo Boloni e com Jardel como melhor marcador, que precisou de apenas 44 jogos para chegar aos 100 golos. Seguia-se o Sporting de 2004/2005, com José Peseiro e Liedson, com 48 jogos para marcar a centena de golos. Incrível, pois nos últimos 12 jogos, os leões marcaram nada menos de 42 golos. Ou seja, 3,5 a cada 90 minutos. Nos primeiros 25 jogos da época, sensivelmente até final de 2023, marcara 59. Ou seja, 2,36.
Mas estes 37 jogos para chegar aos 100 golos não são apenas um grande registo para os leões. São-no também no âmbito nacional, pois apenas mais outras duas equipas, além do Sporting 1973/1974, foram mais rápidos do que o Sporting de Rúben Amorim. Falamos, primeiro, do Benfica de Mário Wilson e Nené (34 golos) e Jordão (33), o qual, em 1975/1976, chegou aos 100 golos ao fim de 35 jogos. E depois do FC Porto de José Maria Pedroto e Fernando Gomes (33 golos), o qual, em 1976/1977, chegou aos 100 golos em menos um jogo: 36.