Sporting: a renovação, quem joga na baliza, os elogios de Varandas, tudo o que disse Rúben Amorim

NACIONAL21.10.202420:45

O treinador dos verdes e brancos fez a antevisão do jogo com o Sturm Graz, da 3.ª jornada da Liga dos Campeões. E a grande revelação foi ter a renovação em cima da mesa. Aqui está tudo o que disse o técnico no estádio de Klagenfurt

KLAGENFURTSturm Graz conquistou a dobradinha e está em 1.º lugar: está melhor equipa do que no ano passado defrontou?

– Tem um avançado muito mais forte e acrescentaram um médio de mais qualidade com bola. Organização já tinham, agora aumentaram a qualidade dos jogadores e da equipa. São muito agressivos e também organizados. No ano passado achei que vinham fazer uma pressão mais alta mas esperaram num bloco médio. Temos de ter capacidade para não perder a bola e melhorar em certos aspetos, como nas bolas paradas e nos duelos, que sofremos golos. Amanhã temos de ser muito agressivos. Vamos ter dificuldade nos duelos porque é uma questão física, mas temos de estar preparados para também, quando tivermos a bola, não a perdermos. O Sturm Graz é uma equipa muito competitiva, boa e que acrescentou qualidade e se tornou mais completa.

Pedro Gonçalves e Matheus Reis são bons ‘reforços’?

– Obviamente. Precisamos de todos. O Matheus pode fazer alguns minutos, o Pote está na mesma situação. A equipa sentiu um bocadinho a ausência de estarem todos, principalmente do Pote, tem caraterísticas diferentes... Estamos muito felizes por contar com eles e estamos à espera dos outros.

Como classifica as declarações do treinador do Sturm Graz que comparou o Sporting ao Barcelona e ao Arsenal?

– Obviamente que não estamos a esse nível. Talvez seja a capacidade de marcar vários golos que tivemos nos jogos do nosso campeonato, de ser competitivos e não sofrer golos. Nesse aspeto, podemos comparar e acho que foi mais por aí. Há uma clara diferença entre nós e essas equipas, porque também jogam em campeonatos mais competitivos, têm jogadores com outra estaleca… não digo talento, porque os meus têm talento para lá chegar. Mas se olharmos para o que estamos a fazer no campeonato, mesmo não tendo a mesma pujança em todos os jogos, estamos a ser dominadores. Acho que foi por aí. Agradecemos as palavras mas podemos dizer o mesmo sobre eles. No campeonato, e é bom lembrar que o Salzburgo até há pouco tempo era muito competitivo na Champions e ainda agora eles lhes ganharam 5-0...

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Quem vai jogar na baliza?

– Vai jogar o Franco [Israel]. A diferença não está no jogo de pés, está numa situação chamada sorte e contexto. O Vladan [Kovacevic] lesionou-se e o Franco agarrou o lugar. No ano passado aconteceu isso e senti que o Franco cresceu de tal forma que não podia voltar a fazer o que já fiz. Houve situações em que o Adán se lesionou e voltei a trocar. Neste momento, o Franco ganhou o lugar e vou deixá-lo viver com essa tranquilidade. O Vladan, em Portimão, não teve de se mandar uma vez ao chão, não teve muito por onde se mostrar… Mostrou o jogo de pés, sacou duas bolas em dois contra-ataques e acho que essa é uma caraterística que tem. Está a crescer bastante, a trabalhar com o Vital. Neste momento, o Franco vai ficar para a baliza e tem estado em grande plano.

O FUTURO

Frederico Varandas teceu-lhe vários elogios, já falou consigo para renovar contrato?

– O presidente está aí [Varandas estava a assistir à conferência de imprensa, bem como o diretor desportivo Hugo Viana, o vice Salgado Zenha e toda a equipa técnica] e a verdade é que sempre disse que tenho a renovação em cima da mesa. Nesse aspeto estamos conversados há muito tempo. Em relação ao futuro, não vou comentar. O resto, é o mesmo de sempre.

– O presidente considerou também Rúben Amorim um dos melhores treinadores do mundo. Como vê isso? E também está admirado por estar há cinco anos no Sporting?

– Se virmos o contexto de hoje e se olhássemos para o contexto do Sporting há uns anos seria rebuscado alguém dizer que eu estaria cinco anos no Sporting. A verdade é que me sinto muito bem aqui. Não sabemos o dia de amanhã, mas nem eu esperava estar tanto tempo no Sporting. É sinal de que nos damos bem e que é difícil largarmos. Há muitos treinadores melhores que eu, o presidente não fez mais do que puxar a brasa à sua sardinha... No Sporting temos essa ideia, de que somos os melhores de todos, os jogadores com mais potencial, que os podemos vender por muito mais. É um bocadinho da nossa cultura neste momento.

O MEIO-CAMPO

Morita pode voltar ou Bragança vai continuar?

– tomara podermos fazer o mesmo na defesa. É lançar o esqueleto ao ar e, daqueles três, podem jogar todos. Olhamos para o momento, para a fadiga e as caraterística: Morita joga bem com os dois pés e o Dani tem sido o jogador com mais capacidade para receber entre linhas e não perder a bola. E o Morten [Hjulmand] tem coisas que não são palpáveis. A orientação da equipa, o jogo aéreo, é muito bom sob pressão. Desses três, dois irão jogar amanhã.

–  Sturm Graz pode até jogar até com quatro centrais: isso pode alterar alguma coisa?

– Não. Houve uma fase em que jogavam com três centrais mas era uma linha de quatro. Houve um que se lesionou e agora têm jogado com dois. Agora voltou e voltaram a jogar de maneira diferente... Quando são três centrais, com um a fazer de lateral, não sobem tanto. Pode mudar a forma de pressionar, mas sabemos como eles defendem. São muito pressionantes e vão tentar lançar os avançados. Temos de ser fortes.

Eles têm marcado muitos golos… E a força do Sturm Graz está nas bola longas?

– O nosso jogador mais forte no ar é o Diomande e isso faz muita falta nestes jogos. O Gonçalo Inácio está a jogar sempre com pouco treino, porque está a recuperar, e o Debast tem feito os jogos todos... O Brunon [Ramos] apresentou-se bem, tivemos a infelicidade de o treinador não o ter inscrito na Liga dos Campeões… Mas temos o Taibo, o Esgaio, temos várias opções. Temos é de olhar muito para o treino que temos há vários anos e sermos perfeitinhos na hora de jogar. Com a nossa capacidade de treino, meses e anos de treino, temos de tapar essas dificuldades. Diria que é algo a ter em conta, um ponto em que trabalhámos esta semana para nos tentarmos proteger. Mas estamos preparados. Temos bons jogadores, muitos internacionais com experiência e o segredo é ter a bola. Esse é o objetivo. Ter a bola, conseguir recuperá-la rápido e baixar quando for preciso.