«Sonho esfumou-se na Champions e agora é Campeonato e Taças!»

Para Toni, importante para o Benfica seria continuar no palco da Champions; antigo jogador e treinador vê porta da Liga Europa semiaberta mas alerta que prioridades devem estar claras

Antigo jogador e treinador do Benfica, internacional e uma das figuras mais emblemáticas do futebol português, Toni olha com tristeza para o percurso europeu das águias nesta época, mas chama a atenção para a importância do sonho agora dar lugar à realidade. 

«O Benfica fez uma campanha europeia longe das expectativas, apesar de termos de ter sempre em conta que calhou num grupo de dificuldades, equilibrado; e, no qual, uma entrada em falso contra o Salzburgo… a equipa nunca recuperou dessa entrada em falso e, agora, encontra-se num quadro muito complicado para até continuar para a Liga Europa», começou por situar Toni, em conversa com A BOLA.

O antigo treinador está consciente, e acredita que no Benfica também devem estar, que a queda da Liga dos Campeões obriga a um novo rumo.

Sabem os clubes que o palco maior é o da Champions.

«A importância… Sabem os clubes que o palco maior é o da Champions, em termos desportivos e financeiros, é de grande valorização e o Benfica sabe disse, até por estes dois últimos anos, em que chegou aos quartos de final. E não é apenas os prémios monetários que advêm da Champions, mas também a valorização dos jogadores, veja-se os casos do Darwin e do Enzo. Portanto, os clubes sabem o peso de ficar arredados desse palco. O Benfica tem aqui um jogo de grande dificuldades, frente a uma equipa muito forte, que é a do Inter. E mesmo assim ficará sempre a depender do que se passar em Salzburgo…», lamentou o benfiquista, apontando qual deverá ser o caminho.

As equipas portuguesas têm capacidade para se regenerar, mas não têm o mesmo dinheiro de outros e entram sempre no mesmo ciclo: potenciar, valorizar e vender.

«Quando se parte para uma época, evidentemente que Benfica, Sporting, FC Porto, e Braga partem a querer conquistar todas as competições, mas os objetivos em termos de Champions são muito complicados quando entram equipas cada vez mais com maior poderio financeiro. As equipas portuguesas têm capacidade para se regenerar, mas não têm o mesmo dinheiro de outros e entram sempre no mesmo ciclo: potenciar, valorizar e vender. Portanto, torna-se cada vez mais difícil sonhar com uma Champions. Não há milagres. Portanto, dentro deste ciclo, as maiores equipas portuguesas têm como prioridade a conquista do Campeonato, ainda para mais numa época em que entrará um novo formato de Champions, com valores monetários ainda mais importantes. Este é sempre o palco principal e do qual este ano Benfica está afastado, mantendo uma porta semiaberta para a Liga Europa.»

E, para que não restem dúvidas, independentemente das questões de prestígio, e continue a equipa encarnada ou não nas provas europeias, Toni finaliza com ideia clara: «Acabado o ciclo europeu, agora é altura de concentrar, focar e ter como prioridades Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga. Terá de ser este o pensamento do Benfica, porque o sonho europeu do Benfica esfumou-se na Champions.»