Roberto Rivelino é analista e treinador de guarda-redes. Em entrevista a A BOLA traçou as suas expetativas para o Europeu que já decorre na Alemanha
- O Euro começou. Perspetivas sobre os guarda-redes no Euro? De que é que estás à espera?
- É sempre difícil, porque é uma competição curta, em que não há grande método de jogo, sinergias ou simbiose na equipa…
- Pelo menos desta vez não temos o Van Gaal, que usa os três guarda-redes durante o torneio…
- Certo. E essa baliza, a dos Países Baixos, suscitava curiosidade. Quem tem jogado é o Bart Verbruggen, que a nível de clubes tem um estilo de jogo interessante, porém neste tipo de competições não é precisa tanta coisa e sim ser mais prático, ser mais guarda-redes do que jogador, e tem sido curioso ver esta adaptação num guarda-redes de 21 anos. Tal como nos últimos anos, tinha muita curiosidade para ver o Yann Sommer, que é um guarda-redes fabuloso a nível técnico e tático, e cujo modelo de jogo não se altera muito na seleção da Suíça. Produz sempre grandes momentos, exceto há oito anos, em que não estava em grande forma. Existia a questão do titular na Alemanha, mas rapidamente Nagelsmann acabou as dúvidas e tem sido Neuer. O nível do último Mundial foi dececionante, como era expetável, uma vez que era esse o momento de forma há vários anos, mas a Liga dos Campeões mostrou que este é diferente do Neuer dos últimos três ou quatro anos. Isto apesar do erro cometido diante do Real Madrid, claro. No que diz respeito a Diogo Costa, o último Mundial também foi bravo para ele. Vamos ver como agora surge também depois da temporada que fez no FC Porto, que não foi negativa, mas também não muito positiva, apenas normal, o que oferece à baliza de Portugal e a sua resposta aos desafios.
Roberto Rivelino é analista e treinador de guarda-redes. Em entrevista a A BOLA traçou a evolução da posição e do que tem sido de bem feito um pouco por toda a Europa
- Alguém que devíamos olhar com mais atenção?
- Embora não seja uma surpresa, tem sido um teste para Jan Oblak nestes contextos.. Teve uma temporada pouco positiva no Atlético Madrid, mas está aqui a ter uma oportunidade de se mostrar no plano internacional, uma vez que a seleção da Eslovénia tem estado obsoleta nos últimos anos. Este futebol de pacote pequeno tem destas coisas. Às vezes, um jogador está num mau momento no clube e na seleção explode e, se calhar, arranja um contrato muito mais vantajoso. E é isso mesmo que está a acontecer no seu Euro, com duas exibições positivas e decisivas para o coletivo.