Sindicato dos Jogadores reage à ação imposta contra a FIFA pelas Ligas Europeias
Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores. Foto: MIGUEL NUNES/ASF

Sindicato dos Jogadores reage à ação imposta contra a FIFA pelas Ligas Europeias

NACIONAL23.07.202418:21

Instituição sindical defende a ação, referindo a «forma desregulada como o calendário internacional tem sido organizado»

O Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) já reagiu à ação imposta pela FIFPro e pelas Ligas Europeias contra a FIFA, devido a questões de calendário internacional.

Em comunicado, a instituição afirmou, na pessoa do presidente Joaquim Evangelista, que concorda com a ação, que « visa uma mudança séria na forma desregulada como o calendário internacional tem sido organizado». O SJPF refere ainda que os organizadores «têm manifestado pouco interesse em preservar a saúde, o bem-estar e a melhor performance dos futebolistas de elite, que manifestamente estão a atingir o seu limite», sem esquecer o facto de se tirar «espaço e visibilidade a pequenas e médias ligas ou competições emergentes como as femininas».

A mensagem de Joaquim Evangelista, presidente do SJPF, na íntegra:

«Na sequência do anúncio da FIFPRO Europa e Ligas Europeias, o Sindicato dos Jogadores vem manifestar o seu apoio a esta ação contra a FIFA junto da Comissão Europeia, que visa uma mudança séria na forma desregulada como o calendário internacional tem sido organizado.

O Sindicato dos Jogadores reforça que, embora a FIFA, enquanto organismo máximo do futebol, e muito em particular a forma unilateral como conduziu o processo de criação do Mundial de Clubes, mereça especial censura, vários outros organizadores de competições internacionais (tanto de clubes como seleções) têm manifestado pouco interesse em preservar a saúde, o bem-estar e a melhor performance dos futebolistas de elite, que manifestamente estão a atingir o seu limite.

Ao mesmo tempo, a sobreposição frenética de competições retira espaço e visibilidade a pequenas e médias ligas ou competições emergentes como as femininas, o que indiretamente, sem prejuízo dos mecanismos de redistribuição de receitas que existem, põem em causa a sustentabilidade de milhares de postos de trabalho, em diferentes países.Este não é um problema que se resolva com autoritarismo ou visões isoladas. Requer que os dirigentes com responsabilidade tenham a capacidade de se entender sobre um modelo competitivo global, que preserve o talento, a imprevisibilidade e qualidade sem a qual o futebol como o conhecemos deixará de existir.

Não pode valer tudo e a União Europeia, enquanto garante do modelo europeu do desporto, tem o dever de preservar direitos e garantias fundamentais dos futebolistas, combatendo uma sobrecarga que desrespeita regulamentos, recomendações científicas e acordos coletivos de trabalho, gerando enormes desequilíbrios na indústria.»