Sérgio Vieira: «Até ao momento o que temos conseguido é muito positivo»
O treinador do Estrela da Amadora, Sérgio Vieira, concentrado antes de um jogo pela Liga de futebol. Foto: Maciej Rogowski/Imago.
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ENTREVISTA Sérgio Vieira: «Até ao momento o que temos conseguido é muito positivo»

NACIONAL31.10.202311:41

Treinador do Estrela da Amadora fez balanço positivo dos primeiros meses de temporada para os tricolores, que ocupam atualmente o 9.º lugar da Liga e estão qualificados para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal

Com nove jornadas de Liga já efetuadas, o Estrela da Amadora segue motivado no regresso ao primeiro escalão: Sérgio Vieira fez um primeiro balanço a A BOLA, considerando a época dos tricolores «muito positiva», não esquecendo as memórias da subida e assinalando que estas são «grande incentivo» para o que se segue, a começar já pela deslocação a Alvalade.

À nona jornada, o Estrela ocupa o 9.º lugar da Liga e está qualificado para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal. Que balanço faz da temporada até ao momento?

Acho que a temporada tem sido muito positiva. Não é excelente, mas é muito positiva porque face ao calendário que tivemos e às dificuldades normais de um clube que veio da Liga 2 e está a estruturar-se. É diferente, os clubes que caíram da Liga e que já estão estruturados e voltam à Liga, de um clube que há muitos anos não estava na primeira divisão.

Face a todas essas dificuldades, acho que foi extremamente positivo nós até ao momento termos conquistado os oito pontos que temos e termos realizado excelentes exibições, poderíamos ter mais cinco ou seis pontos em jogos em que sentimos que fomos superiores aos nossos adversários mas acho que até ao momento o que temos conseguido é muito positivo.

Dizia no início da época ser importante deixar para trás as emoções da subida. Estão já ultrapassadas?

Quando falei em ultrapassar as emoções, foi do ponto de vista do relaxe, do amolecimento. Ainda estamos a viver na onda positiva que vivemos recentemente, mas nunca podemos esquecer-nos do que vivemos e fizemos, até porque serve como grande incentivo.

A equipa enfrentou um calendário complicado no início da Liga e já enfrentou cinco dos atuais oito primeiros classificados nas nove primeiras jornadas e defronta o Sporting já na próxima jornada. Isso representa uma vantagem para mais tarde?

Não acho que seja uma vantagem, porque acho que todos os jogos têm uma história diferente e naturalmente que as dificuldades também variam de adversário para adversário e cada tipo de dificuldades pode complicar-nos a vida, ou seja, sabemos que por vezes contra adversários teoricamente mais acessíveis poderemos não estar tão despertos mentalmente.
Então, teoricamente sim, falta-nos o Famalicão e o Sporting, são duas equipas que na temporada passada se posicionaram bem e no caso do Sporting até é um grande do futebol português, mas depois em termos práticos depende do comportamento da equipa. Teoricamente sim, mas na prática temos de provar que isso faz sentido.

O Estrela tem onze pontos à 9.ª jornada e não está na zona de despromoção desde que venceu o Estoril, na 3.ª ronda. Encontra aqui um indicador positivo para a restante época?

Sim, acabamos sempre por ter em conta a tabela classificativa de uma forma inconsciente. Seja por segundos, acabamos por olhar para ela, mas não pode ser o centro do nosso foco, que tem de ser a atitude que temos em cada comportamento e momento de cada jogo. Tem de ser, sim, isso, a atitude dos jogadores e no que a isso se refere a atitude dos jogadores tem sido fantástica em todos os jogos.
É importante conquistar pontos também, mas não de forma desequilibrada se isso não acontecer. Passámos por isso em alguns jogos em que merecíamos os três pontos e não foi por isso que no jogo seguinte a atitude de todos os jogadores foi diferente, pelo contrário: continuámos ainda a forçar essa atitude positiva e ambiciosa para que a qualidade do nosso jogo continue a evoluir e a consequência disso seja pontos e a posição na tabela.

Grupo alargado de capitaes

Um dos aspetos que distingue o Estrela da Amadora está na quantidade elevada de capitães de equipa, uma posição estratégica que Sérgio Vieira defende convictamente.
«Acho que a liderança não se pode resumir a um ou dois jogadores, ao mediatismo, ao trajeto na carreira, ao fator casa e se está há muito tempo no clube ou não, se foi da formação do clube ou não…a liderança é muito mais que isso, tem que ver com valores, características de personalidade, o trajeto, a idade, com a experiência de vida…tenho a certeza de que a liderança está relacionada com um conjunto de fatores e características que têm de complementar-se entre elas», explica. Desta forma, ao invés de um ou dois capitães, os tricolores têm uma mão cheia, com semelhantes responsabilidades. «Para mim, faz mais sentido», conclui.