Sérgio Conceição: «Quando chegava a casa, o meu filho perguntava-me porque o irmão não jogava»
Antigo técnico do FC Porto revela que é necessário «ser um pouco louco» para treinar os filhos e relembra quando o mais novo, de 10 anos, lhe perguntava por que o irmão Francisco não jogava
Sérgio Conceição, presente na divulgação do top-25 do prémio Golden Boy, revelou que aconselhou o filho Francisco Conceição a rumar à Juventus, que considera ser «um grande clube mundial».
«Havia duas ou três grandes equipas para onde ele podia ir, aconselhei-o a vir para a Itália para um grande clube mundial como a Juventus, com todo o respeito que tenho e amor que sinto pela Lazio, sabia que, se ele tomasse as rédeas da situação e não arranjasse desculpas... Aqui come-se bem, és como um Deus, Itália é um país incrível, Thiago Motta tem feito um trabalho excelente, se ele for humilde e se perguntar o que tem de fazer, estará no caminho certo», diz o antigo treinador, que também jogou, em terras transalpinas, pela Lazio, por quem marcou o primeiro golo contra a Juventus, na Supertaça de Itália, em 1998.
Diz Conceição que é, também, importante a experiência no estrangeiro para o crescimento do jogador. «Por exemplo, o Francisco, que está aqui na Juve, esteve no Ajax por um ano e não jogou muito, mas compreendeu muitas coisas. Deixou a casa, fez sacrifícios, fez comida para ele próprio, é importante perceber certas coisas essenciais, no futebol e na vida», começou por dizer, antes de ser questionado sobre o facto de ter treinado os filhos. «É preciso ser um pouco louco. Treinei o Francisco e o Rodrigo, que agora joga na Suíça. Tinha de ser justo com a equipa. O Francisco não jogou muito durante seis meses comigo no Porto. Precisava de entender o trabalho com a equipa. Quando chegava a casa, o meu filho mais novo, de 10 anos, perguntava-me porque não punha o irmão a jogar», revela.