«Se ele continuar a jogar a 10 vão ver o verdadeiro Kokçu»
Kokçu e Roger Schmidt, respetivamente médio e treinador do Benfica (Miguel Nunes/ASF)

«Se ele continuar a jogar a 10 vão ver o verdadeiro Kokçu»

NACIONAL26.02.202418:12

Editor-chefe dos neerlandeses do 'De Telegraaf’, Marcel van der Kraan, acompanhou o percurso do médio no Feyenoord e garante que frente ao Portimonense ele jogou na posição onde rende mais

Frente ao Portimonense, no domingo, em jogo da 23.ª jornada da Liga, Kokçu foi titular e jogou na posição 10, atrás de Rafa. Deixou de ser médio centro com preocupações defensivas e soltou-se mais no ataque, conseguindo duas assistências na vitória de 4-0, vários bons remates e uma exibição mais de acordo com os €25 milhões que o Benfica pagou pelo seu passe ao Feyenoord, no início desta época.

Marcel van der Kraan, editor-chefe da publicação dos Países Baixos De Telegraaf, há anos que acompanha a atualidade do Feyenoord e conhece muito bem o trajeto de Orkun Kokçu. Viu parte do jogo com o Portimonense e, em conversa com A BOLA, finalmente reconheceu o jogador.

Marcel van der Kraan, editor-chefe do De Telegraaf (D. R.)

«Essa é a posição natural dele, onde devia ter jogado desde o início, embora se perceba que quando se chega a uma equipa nova as coisas não surgem no imediato», começou por registar o jornalista neerlandês, recordando o que se passava no emblema de Roterdão: «Kokçu ficou famoso no Feyenoord a jogar à frente do meio-campo e ele era fundamental, distinguia-se pelo último passe, por fazer passes decisivos porque via tudo mais rápido do que os outros.»

Pelo Feyenoord, o médio internacional turco terminou 2021/2022 com nove golos e nove assistências em 51 jogos e 2022/2023 com 12 golos e cinco assistências em 46 jogos. Esta época, em 30 jogos pelo Benfica, tem dois golos e nove assistências. Kokçu tem as mesmas assistências para golo do que o norueguês Fredrik Aursnes e perde apenas para Rafa Silva, que tem 14.

Ainda falta golo a Kokçu... «Quando mais perto ele estiver da baliza contrária, mais golos vai marcar. Fazê-lo jogar num meio-campo defensivo é não retirar proveito das reais capacidades dele. Ele não é preguiçoso e se for para correr e defender, ele corre e defende, é esse o seu caráter, mas ele foi considerado o melhor jogador dos Países Baixos, por nomes como Ruud Gullit e outros antigos internacionais, a jogar na posição 10, atrás do ponta de lança. Se ele continuar a jogar ali até final da época, os adeptos vão ver o verdadeiro Kokçu, do que ele é capaz», finalizou, otimista, Marcel.

A verdade é que o rendimento de Kokçu a jogar atrás de Rafa, no jogo de domingo passado, surpreendeu pela positiva. Resta saber se essa será a opção que Roger Schmidt vai tomar para os importantes e decisivos jogos que se seguem, a começar já pelo jogo contra o Sporting, marcado para quinta-feira, da meia-final da Taça de Portugal e com palco no Estádio José Alvalade.