Se dissermos que Gyokeres tem semelhanças com... Liedson, acredita?
Sueco entre a elite dos avançados leoninos deste milénio. Apenas Jardel e Montero tiveram um arranque mais prometedor. Com uma nova apetência: a marcação de penáltis
Nãofaltaram objetivos para qualificar o arranque de temporada de Gyokeres. Implacável, irrequieto, incontrolável, impiedoso, sete jogos bastaram para o avançado retirar de cima aquele estereótipo do nórdico forte e alto, sem poder de drible e que só tem olhos para a baliza. Gyokeres é muito mais do que isso. É um daqueles jogadores que galvaniza adeptos, carrega a equipa às costas, não só pelos golos que marca como pela combatividade que consegue impor em todos os lances, todos os duelos em que está envolvido.
E se o leão assumiu a liderança isolada na Liga, 862 dias depois, muito deve ao reforço mais caro da sua história. Que neste momento, com os dois golos que apontou em Faro, se tornou no goleador da equipa: 6 golos em 7 jogos oficiais (5 na Liga e um na Liga Europa). Arranque muito auspicioso (e produtivo…) com Gyokeres a entrar numa restrita lista de avançados que fizeram história no leão neste milénio. Falamos, claro está, de épocas de estreia e daqueles que foram os primeiros 7 jogos de reforços de ataque com a camisola dos leões.
Pois bem, olhando para estes primeiros sete jogos e para essa elite de avançados, que se notabilizaram em Alvalade pelos golos, Gyokeres já aparece num lugar de… pódio. Apenas dois nomes (que tantas saudades deixaram entre os adeptos) superam o arranque do sueco. Falamos de Mário Jardel, o famoso Super Mário, campeão pelos leões em 2001/2002, uma verdadeira máquina de fazer golos que encantou Alvalade e que está no trono desta lista com impressionantes 11 golos nos primeiros 7 jogos (e terminou essa época com… 55!). Segue-se, depois, outro sul-americano, Freddy Montero, que em 2013/2014, contratado aos colombianos dos Milionários, surpreendeu tudo e todos com um arranque arrebatador: 9 golos nos primeiros sete jogos (3 deles logo no jogo de estreia na Liga diante do Arouca).
E no último lugar deste pódio aparece Gyokeres. Lado a lado, imagine-se, com um outro antigo avançado dos leões que marcou uma geração: Liedson. O levezinho, que se destacava pela mobilidade, criatividade e inteligência no posicionamento, e um verdadeiro panzer, explosivo, implacável e com enorme frieza na hora de atacar a baliza. Dois atacantes completamente opostos mas que se cruzam na eficácia naquelas que foram as suas épocas de estreia com a camisola dos leões: 6 golos em 7 partidas oficiais.
NOME | JOGOS | GOLOS |
Mário Jardel | 7 | 11 |
Freddy Montero | 7 | 9 |
Gyokeres | 7 | 6 |
Liedson | 7 | 6 |
Ricky van Wolfswinkel | 7 | 6 |
Bas Dost | 7 | 5 |
Beto Acosta | 7 | 2 |
Slimani | 7 | 2 |
Pedro Gonçalves ‘oferece’ penálti
Entre as muitas qualidades de Gyokeres, o jogo com o Farense deu a conhecer uma outra. Ainda desconhecida para os leões, é certo, mas que está longe de ser inédita para o sueco. Falamos, claro está, da marcação de penáltis. Diante dos algarvios, o sueco mostrou frieza neste tipo de lances, algo que, de resto, convém lembrar, era algo que Gyokeres também fazia no passado recente, pois ao serviço do Coventry era também um dos marcadores.
Curiosamente, Pedro Gonçalves, que é um dos habituais marcadores, ofereceu os dois castigos máximos ao sueco. E, tal como Anorim já havia confirmado, muitas vezes marca quem se sente mais preparado para o fazer dentro de um lote de escolhas. Por esta altura, tendo em conta a eficácia de Gyokeres, é provável que o sueco tenha subido na hierarquia e neste momento se torne como o marcador oficial. Ele que, ainda assim, aos 25 anos, bisou pela primeira vez num jogo com dois penáltis.