«Schmidt é um grande homem»: tudo o que disse Rui Costa para justificar a saída do treinador

Presidente do Benfica falou aos jornalistas, este sábado, no Seixal

Em conferência de imprensa, realizada no Benfica Campus, Rui Costa confirmou, este sábado, a saída de Roger Schmidt do comando técnico do Benfica face aos maus resultados neste arranque de Liga.

«Roger Schmidt já não é treinador do Benfica. Confirmo isso. Queria agradecer por todo o esforço e trabalho que desenvolveu no nosso clube, pelos dois títulos alcançados e pela quantidade de jogadores da nossa casa que desenvolveu. Tínhamos a ideia de prosseguir com um treinador mais do que um ano, mesmo não tendo ganho nada. No entanto, ao fim das quatro jornadas deste campeonato, considerámos que face aos resultados que não conseguimos obter e pretendíamos nesta altura, era o momento de trocar de treinador. Estamos já a olhar para o futuro e a trabalhar no próximo treinador que num futuro próximo saberão quem é», começou por dizer o presidente das águias, respondendo às questões feitas pela comunicação social presente.

Como está o processo de rescisão com o ex-treinador, dado o valor da Indemnização avultado [cerca de 22 milhões de euros]? O que mudou de maio para estes meses?

«Em relação à rescisão, é tal e qual como vem no comunicado emitido à CMVM. Como calculam, foi comunicado neste dia ao treinador a cessão do vínculo e temos de tratar da desvinculação completa, que será tratada com os agentes e advogados do Roger Schmidt. Por isso, fizemos a comunicação dessa maneira. O que mudou de maio para agora foi que acreditámos nessa altura, que era o melhor para o Benfica dar esta estabilidade, este voto de confiança, atendendo que confiávamos que era mais fácil fazer o primeiro ano de Roger Schmidt do que o segundo ano. Estas quatro jornadas indicaram o contrário e, portanto, decidimos que era o momento de alterar».

O nome de Leonardo Jardim é um nome para o futuro do Benfica?

«Não disse que estava a trabalhar nas novas soluções, mas sim já no futuro do Benfica e que em breve irão saber quem é o novo treinador. Não vale a pena falar de nomes, tenho visto e lido muitos nomes na imprensa, muitos já empregados. Os benfiquistas irão saber em primeira mão quem será o novo treinador».

Como é que Roger Schimidt reagiu à decisão? Pode confirmar a saída do avançado Marcos Leonardo para os sauditas do Al-Hilal?

«Não vamos misturar as coisas. Estou aqui para falar de Roger Schmidt. Lembrar que os campeonatos vão estar parados devido à paragem FIFA e, portanto, não vai ficar nenhum técnico interino à frente da equipa. Quando recomeçarmos os treinos, já teremos um novo treinador. É nesse sentido que estamos a trabalhar, apesar do handicap que criámos a nós mesmos ao perder 5 pontos em 4 jornadas. Ainda assim, temos valor, qualidade para dar a volta à situação. Gostaria de lembrar que nesta paragem FIFA o novo treinador não terá muito tempo para trabalhar a equipa, pois temos muitos jogadores nas respetivas seleções. Irá trabalhar de outra forma, na análise... Acerca de Roger Schmidt, quando se chega a um dia destes é uma desilusão para toda a gente. É um grande homem, não se pode esquecer disso. Profissionalmente, entendemos que era a hora de mudar, mas a relação humana não foi beliscada.»

Acredita que este plantel tem condições para lutar por títulos? Tem condições plenas para continuar a ser o presidente do Benfica até ao resto do mandato?

«Eu trabalho arduamente e diariamente pelo Benfica e assim continuarei a fazer. Tenho a convicção de que podemos lutar por títulos,. É verdade que se constrói um plantel em função do treinador, mas nós não fazemos isso só pelo treinador. O treinador que chegará agora ao Benfica, terá um plantel de ótima qualidade e preparado para ganhar. Esta época não está perdida e temos todo o tempo do mundo para recuperar. Eu não penso em eleições antecipadas. Honestamente, estou aqui para pensar no futuro do Benfica. Meu foco é resolver este problema que se criou em termos de treinador».

Arrepende-se de não ter tomado esta decisão no final da época passada? E quando será o regresso aos trabalhos do plantel?

«Não temos bolas de cristal. Acreditámos no que tínhamos feito, sobretudo, no primeiro ano de Roger Schmidt. Procurámos reforçar a equipa, perceber o que correu mal no segundo ano. Os primeiros oito, nove meses estávamos todos maravilhados com o trabalho de Roger Schmidt e foi nessa qualidade que tomei a decisão que tomei. Não jogo totobola à segunda-feira e tenho de pensar no momento que é melhor para o Benfica. Neste momento, optei pela separação e por um novo ciclo. Em relação ao plantel, vamos ter cinco, seis jogadores no Benfica Campus. Vão existir agora uns dias de folga e quando voltarem a meio ou final da próxima semana já terão um novo treinador».

Como olha para o futuro do Benfica?

«Com muito otimismo! Sei a qualidade dos jogadores, que temos no plantel. Foi um início de época, que fugiu às expectativas dos benfiquistas. Temos cinco pontos perdidos em quatro jornadas, não temos uma exibição que nos desse segurança para o futuro e daí a mudança, que espero que venha a espevitar o ambiente, os jogadores, trazer um novo ambiente à equipa e aos adeptos, que não foi por falta do vosso apoio, que estamos nesta situação. Dependemos de nós, sou um otimista por natureza.».