Prestação negativa diante do Benfica, na Taça da Liga, contrastou com a excelente exibição para a Liga. Foco virado para a prova rainha
Em apenas quatro dias, uma equipa de duas caras. No passado sábado, no Estádio da Luz, o SC Braga apresentou-se a um nível de excelência e venceu de forma indiscutível o Benfica (2-1), na 17.ª e última jornada da primeira volta da Liga. Ontem, no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, os guerreiros do Minho foram uma sombra de si próprios e foram claramente batidos pelas águias (0-3), em jogo das meias-finais da Taça da Liga.
Esta bipolaridade (futebolística, entenda-se) foi demasiado visível e esteve assente num mau desempenho coletivo que adveio, naturalmente, de prestações individuais que ficaram muito aquém do esperado. Mas há também outro fator que deve ser tido em conta e que se prende com a falta de experiência de alguns jogadores, algo que num jogo a decidir pode ter impacto – como teve neste, ainda que ao contrário de outras partidas decisivas na presente temporada, nomeadamente na Taça de Portugal e na Liga Europa, e nas quais a equipa arsenalista deu uma excelente resposta.
«Gostaria de encontrar uma explicação para a nossa alternância exibicional. Tudo o que eu disser vai soar a desculpas e eu não quero isso. Estou a assumir que a equipa tem sido irregular. Vamos continuar a dar energia à equipa e potenciá-la para que seja o mais regular possível», assumiu Carlos Carvalhal, na conferência de Imprensa do final do duelo com os encarnados, em Leiria.
Águia fez prova de vida com jogo intenso e autoritário e transformou a final de sábado num escaldante dérbi; Di María e Carreras (com ajuda de Pavlidis) atiraram o SC Braga ao tapete em dez minutos
Além das várias mexidas que o plantel do SC Braga teve esta temporada, é preciso olhar à muita juventude que faz parte do grupo de trabalho. Só para se ter uma ideia, nesta última partida frente ao Benfica, para a Taça da Liga, 9 dos 16 jogadores utilizados tinham, no máximo 24 anos: Víctor Gómez (24), João Ferreira (23), Gorby (22), Gabri Martínez e Bright Arrey-Mbi (ambos 21), Gharbi (20) e Roger Fernandes, Diego Rodrigues e Jónatas Noro (todos 19). Carvalhal até é mestre a lançar jovens e a potenciar talento, mas a inexperiência também tem um preço a pagar. Umas vezes corre bem, outras nem tanto.
«Pese embora o muito mérito do Benfica, a nossa equipa também esteve muito aquém daquilo que pode fazer e isso é que me deixa mais desgostoso», assumiu ainda o técnico.
As responsabilidades são coletivas e foram totalmente assumidas por Carlos Carvalhal, que voltou a dar a cara pelo grupo, como sempre faz nos momentos menos bons, sendo que o universo bracarense exige uma resposta imediata. O próximo jogo é diante do Lusitano de Évora, para a Taça de Portugal, e os arsenalistas não escondem o sonho de uma chegada ao Jamor para a disputa do troféu…
Plantel trabalhou na manhã desta quinta-feira
O jogo frente ao Benfica, ontem, terminou já depois das 21.30 horas, mas o plantel do SC Braga não teve tempo a perder e esta quinta-feira voltou ao trabalho.
Os jogadores treinaram-se da parte da manhã, naquela que foi a primeira sessão de preparação para o próximo compromisso oficial, agendado para quarta-feira (20.15 horas), diante do Lusitano de Évora.
Os guerreiros do Minho são claramente favoritos na receção ao conjunto alentejano, formação que milita no Campeonato de Portugal, e Carvalhal começou já a testar a melhor estratégia para que os minhotos possam levar de vencida a formação eborense e, dessa forma, carimbar o passaporte para os quartos de final da prova rainha – fase que pode marcar o reencontro do SC Braga com o Benfica, de acordo com o sorteio hoje realizado.
Quem não estará nas escolhas do técnico bracarense para o duelo com o Lusitano de Évora é Jónatas Noro. O jovem defesa-central foi expulso diante do Benfica, para a Taça da Liga, e não entrará na equação para o duelo da Taça de Portugal.