SC Braga: Banza não surpreende amigos
Eduardo Oliveira/ASF

SC Braga: Banza não surpreende amigos

FUTEBOL10.10.202310:25

Avançado marcou nos últimos 5 jogos na Liga. Alexandre Penetra e Diogo Figueiras, antigos companheiros em Famalicão, elogiam-no.

Foi utilizado por Artur Jorge nas oito jornadas da Liga. Marcou nos últimos cinco. É um dos goleadores da Liga com 6 golos. Aos 27 anos Simon Banza ganha preponderância no SC Braga versão 2023/2024 e quem o conhece bem não está (nada) surpreendido. 

Banza chegou a Portugal em agosto de 2021 para jogar no Famalicão. Por lá foi colega de equipa dos defesas Alexandre Penetra e Diogo Figueiras. Em conversa com A BOLA, estes dois antigos famalicenses recordam o franco-congolês que chegou de forma tímida e que passo a passo, jornada a jornada e golo a golo, foi ganhando confiança. 

«Quando chegou não era muito falador», recorda Diogo Figueiras, enquanto Alexandre Penetra recorda que a barreira linguística (Banza é filho de congoleses e nasceu em França) foi facilmente quebrada: «Ele começou a falar português ao fim de seis meses. Dou-me muito bem com ele. É um amigo que o futebol me deu e tenho um carinho espacial por ele. Fico contente por nos darmos bem e seguirmos o caminho um do outro. Sei que ele vai ter sucesso internacional. Merece.» 

O carinho de Penetra pelo ex-colega de equipa é evidente durante a conversa com A BOLA. «Não me surpreende nada. Desde que o conheci no Famalicão que soube que tinha muita qualidade e era uma questão de confiança. Quando chegou ao Braga a equipa base estava montada. É tão difícil entrar na equipa do Braga como é no Sporting, Benfica ou FC Porto», defende o agora central do AZ Alkmaar, e Diogo Figueiras reforça: «Ele é forte mentalmente, é possante e aguenta bem a bola. Tenho visto alguns jogos do Braga e encaixa muito bem.» 

Banza ganhou espaço em Braga quando Abel Ruiz esteve ao serviço dos sub-21 de Espanha no Europeu da Geórgia, no qual Penetra também participou, com a camisola de Portugal. «O Abel tem muita qualidade e quando estava bem o Banza teve dificuldades em jogar. Depois do Europeu foi ele que beneficiou com o trabalho que desenvolveu junto da equipa. Ganhou a confiança do treinador. É um avançado moderno que dá muito trabalho aos centrais e quem o tem na equipa beneficia da ajuda que ele dá em todas as fases de construção. É muito completo.» 

Banza está pela primeira vez a representar a RD Congo. Já tinha sido convidado antes, mas recusou. Até agora. «Acredito que o facto do Pickel e do Batubinsika, que jogaram connosco no Famalicão, terem aceitado jogar pela seleção teve influência para ele aceitar. Eles são muito amigos e o Banza percebeu que, não conseguindo jogar por França, ir para o Congo e ser internacional vai dar-lhe outro valor», diz Penetra. Diogo Figueiras conclui: «Vai crescer como jogador, como pessoa e vai ganhar experiência.» 

É de longe que ambos assistem ao crescimento do congolês. Diogo Figueiras vive em Sevilha e aos 32 anos está «na luta para encontrar um clube», mas sente-se «novo para deixar o futebol». Já Penetra está de pedra e cal na equipa do AZ Alkmaar, com 11 jogos e a vice-liderança do campeonato dos Países Baixos.