SAD discute futuro de Schmidt
Roger Schmidt e Rui Costa, uma ligação de quase dois anos com êxitos e percalços pelo meio (Foto: André Alves)

SAD discute futuro de Schmidt

NACIONAL25.04.202409:30

Tema da continuidade do treinador em cima da mesa na reunião semanal, incluindo a da Comissão Executiva; insatisfação cresce na estrutura; Rui Costa em momento importante

A continuidade de Roger Schmidt até final desta temporada é ponto mais ou menos assente, mas ficar ou não com o treinador para a nova época é assunto que nesta altura domina o Benfica.

O técnico tem um contrato assinado até 2026 e despedi-lo pode representar um custo para os encarnados de um valor a rondar os €24 milhões. Não foi só isso, porém, que esteve em debate nesta quarta-feira, na Luz, onde existiram várias reuniões, incluindo a da Comissão Executiva da SAD. É certo que esta reúne todas as semanas, mas em particular debate esteve o momento do clube, que vai desde a situação do treinador aos últimos acontecimentos, nomeadamente de Faro.

Foi aí que Roger Schmidt sofreu contestação forte por parte dos adeptos e foi até atingido por uma garrafa arremessada desde as bancadas, mas todo o percurso que conduziu a este final de temporada escaldante esteve em análise. Ou seja, os maus resultados nas várias competições, as exibições e opções e a crispação no relacionamento entre o treinador e os adeptos.

Roger Schmidt foi sempre uma aposta sobretudo de Rui Costa, que, depois deste ter levado a equipa à conquista do campeonato da época passada, em março de 2023 renovou por mais dois anos com o treinador e por valores a rondar os €4 milhões por ano. Porém, nesta altura o desconforto de alguns elementos da estrutura encarnada é cada vez maior em relação a um projeto de continuidade com Roger Schmidt, mesmo que uma troca de treinadores para 2024/2025 possivelmente envolva um esforço financeiro grande, se Schmidt não ceder e já dá sinais de que não é isso que tem em mente  — «Quando assinei novo contrato sabia o que estava a fazer e não mudei de ideia dois ou três meses depois», esclareceu o técnico alemão em conferência de imprensa.

Ao mesmo tempo que se debate a posição do treinador no Benfica, há a consciência de que em causa está também a gestão de Rui Costa, que mais uma vez se encontra num momento crucial da sua presidência e de quem é esperada uma resposta firme, seja para manter ou trocar de treinador.

As declarações do líder dos encarnados na passada terça-feira, em que, sem nunca defender diretamente a posição do técnico, condenou os excessos na contestação a Roger Schmidt e reconheceu o direito dos adeptos à crítica, prometendo ele próprio «assumir responsabilidades no final da época», deixou em aberto uma posição decisiva e oficial para apenas depois das quatro jornadas que falta jogar na Liga.

Mas o tema está naturalmente a ser debatido na estrutura que rege o futebol profissional, e não só, e não é um tema consensual.

Os próximos passos foram então analisados na reunião da Comissão Executiva de quarta-feira, e em outras conversas paralelas, e muito provavelmente a decisão estará também dependente da «dignidade», da equipa, do treinador e na reação dos adeptos que Rui Costa observar nas quatro jornadas que faltam até final da temporada, com especial importância para o jogo de sábado, frente ao SC Braga, no Estádio da Luz, que pode ser antecipado como um verdadeiro teste do algodão para a empatia que Schmidt ainda pode ou não conquistar junto dos benfiquistas.

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