Antigo treinador dos encarnados destaca polivalência do médio, que pode fazer várias posições no meio-campo. Acredita que traz «experiência e intensidade» para a equipa das águias

Renato Sanches prepara-se para ser o mais recente reforço do Benfica, incluído no negócio que viu João Neves chegar a França para representar o PSG. Trata-se do regresso de um dos filhos pródigos da formação encarnada, lançado na época 2015/2016 por Rui Vitória, então treinador do Benfica.

1 agosto 2024, 21:14

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Com apenas 18 anos, o médio impressionou o treinador ribatejano pela «sua energia, capacidade de recuperação e transição rápida, bem como a habilidade em conduzir a bola e criar desequilíbrios». Em entrevista a A BOLA, o antigo treinador das águias considera que «Renato é um jogador de grande qualidade, que desde cedo demonstrou características únicas que justificaram a sua aposta inicial» e que «tem, sem dúvida, capacidade para ter grande impacto com o dinamismo e combatividade que pode trazer ao meio-campo.»

Só falamos em relançar a carreira porque nos últimos dois, três anos não o temos visto nos grandes momentos a que tinha direito pela sua qualidade. Este regresso ao clube que o projetou pode ser o ambiente ideal.

O técnico bicampeão pelos encarnados acredita que Renato Sanches «pode acrescentar uma grande intensidade e poder físico, além de uma experiência internacional valiosa que beneficia não só o jogo em si, mas também todo o grupo de trabalho» e elogia o comportamento do internacional português: «Sempre teve um espírito altamente positivo e motivador. Consegue ser uma figura de união e alguém que inspira os colegas tanto dentro como fora do campo.»

A adaptação ao estilo de pressão alta fomentado por Schmidt não deverá ser um problema. «Penso que possui características muito boas para o estilo de jogo dinâmico que o Benfica já apresentou com o treinador atual. A sua versatilidade também permite que desempenhe diversas tarefas no meio-campo, adaptando-se bem ao que é solicitado», sublinhou o ex-selecionador do Egito, que não vê necessariamente em Renato um substituto direto de João Neves. «São os dois craques, adoro-os enquanto jogadores», começou por dizer, destacando que «o Renato tem flexibilidade para ser utilizado em várias posições no meio-campo, conforme a necessidade da equipa e tem uma grande capacidade de adaptação. Não entra necessariamente para substituir João Neves diretamente, mas para complementar o meio-campo do Benfica com as suas características».

VOLTAR A CASA

Se os adeptos do Benfica choram a saída de João Neves, um dos meninos queridos da formação, o regresso a casa de outro jovem que sempre foi acarinhado pelos benfiquistas poderá colmatar a dor. Questionado se os adeptos encarnados veem este movimento com bons olhos, o treinador de 54 anos foi contundente: «Os adeptos do Benfica têm mesmo que ver da melhor forma. Foi um jogador que teve um forte impacto quando apareceu na equipa principal do Benfica, os adeptos nutrem um grande carinho por ele desde a sua formação e ascensão até à sua afirmação no Benfica. É visto como um retorno de um filho da casa, que sempre demonstrou grande amor pelo clube.»

Não obstante o entusiasmo por parte de alguns adeptos, o histórico recente de lesões do atleta de 26 anos levanta algumas sobrancelhas em parte da massa associativa, uma vez que o médio esteve, no total da carreira, 697 dias (134 jogos) fora de competição por lesão. O regresso à Luz tem sido apontado por alguns como uma oportunidade para voltar à ribalta, mas Rui Vitória vê as coisas de outro modo: «Só falamos em relançar a carreira porque nos últimos dois, três anos não o temos visto nos grandes momentos a que tinha direito pela sua qualidade. Este regresso ao clube que o projetou pode ser o ambiente ideal, obviamente acompanhado pela sorte, para recuperar toda a confiança, alegria e mostrar todo o seu potencial.»

Ainda assim, o técnico admitiu que «a questão das lesões é sempre uma preocupação», manifestando, no entanto, total confiança na estrutura médica do Benfica, que «está certamente preparada para trabalhar com ele no sentido de minimizar riscos e maximizar o seu desempenho». E deixou uma garantia aos benfiquistas: «Vai correr tudo bem!»