Rui Duarte: «Vitória inteiramente justa e tenho de dar os parabéns aos jogadores»
Técnico do SC Braga exulta com a capacidade de reação da sua equipa às várias adversidades do jogo com o Casa Pia; afirma ter ficado «incrédulo» com a sua expulsão
O SC Braga sofreu a bom sofrer, mas, no final da partida diante do Casa Pia, os três pontos ficaram na cidade dos arcebispos.
Num jogo de loucos, com duas reviravoltas e incerteza no marcador até final, os arsenalistas conseguiram um triunfo que os mantém na perseguição ao FC Porto, na luta pelo 3.º lugar, mas também lhes permite aumentar o fosso relativamente ao Vitória de Guimarães, que segue no 5.º posto.
No final da partida, Rui Duarte explicou o segredo para que o SC Braga conseguisse a vitória, isto numa altura em que a equipa já estava reduzida a 10 jogadores, devido à expulsão de Álvaro Djaló.
«Foi nunca deixarmos de acreditar. Entrámos bem, chegámos à vantagem e estávamos a controlar. Depois caímos um bocado na tentação de circular a bola, mas sem sermos agressivos. O Casa Pia foi crescendo no jogo, fez-nos perder alguma tranquilidade, e chegou ao empate numa saída nossa que não era para ser assim. Na segunda parte tentámos reagir, o jogo estava algo amorfo. Entrámos algo adormecidos e sofremos o segundo golo de forma algo caricata, com um jogador a transportar a bola 30 ou 40 metros e a rematar sem oposição. Nesse momento caímos, mas depois levantámo-nos como uns verdadeiros guerreiros. Tivemos uma atitude incrível, com muita alma e vontade de ganhar e chegámos com toda a justiça ao 3-2. Voltámos a levar outra paulada, com o 3-3 e com a expulsão, mas mais uma vez mostrámos que somos homens e que somos uma verdadeira equipa e família. Foi uma vitória inteiramente justa e tenho de dar os parabéns aos jogadores, que foram incríveis», notou, na sala de Imprensa da Pedreira.
O técnico dos guerreiros do Minho foi também questionado sobre a bipolaridade apresentada pela equipa e pelos motivos que o levaram a retirar Simon Banza ao intervalo: «Tem muito que ver com a identidade. Mas isso não é novo. Há coisas que temos de mudar. Por vezes podemos não jogar muito bem, mas temos de ter uma crença e uma alma incríveis para ultrapassar certos obstáculos. Durante o jogo essa bipolaridade acabou por acontecer, mas soubemos sempre reagir como equipa. Em relação ao Banza, foi uma opção técnica. O Abel tem trabalhado muito bem e hoje demonstrou-o. Marcou dois golos e foi o homem do jogo.»
Por fim, Rui Duarte foi instado a pronunciar-se sobre o lance que ditou a sua expulsão do banco bracarense. Para a qual não consegue encontrar justificações, de resto. «Eu não disse nada! Simplesmente abri os braços porque a falta era a nosso favor. E tem acontecido em vários jogos o SC Braga ser prejudicado. Eu não tenho nada contra a arbitragem e nem disse nada. Simplesmente fiquei espantado como é que ele marca falta contra nós. Não posso viver o jogo de forma intensa? Tenho de estar ali de mãos nos bolsos para ser correto? Fiquei incrédulo. Estou a desempenhar a minha função e vivo-a apaixonadamente», assumiu.