Rui Duarte: «Não pensamos no jogo seguinte, temos de ir com tudo»
Rui Duarte despediu-se dos bracarenses (Foto: Jonathan Moscrop/ Sportimage)
Foto: IMAGO

Rui Duarte: «Não pensamos no jogo seguinte, temos de ir com tudo»

NACIONAL10.05.202420:01

Treinador do SC Braga fez a antevisão à visita ao reduto do V. Guimarães, na 33.ª jornada da Liga, este sábado às 20.30 horas; técnico pretende foco total neste encontro e continua a alimentar o sonho do 3.º lugar.

Vem aí um jogo importante, um dos dérbis mais apaixonantes do futebol nacional, que expectativas tem?

- É um jogo para homens em que temos de estar unidos, tem de haver um espírito de grupo e de equipa muito forte. O Vitória tem uma boa equipa, bem orientada e que está a fazer um excelente campeonato. Temos as nossas ideias e estamos convictos, sabendo que vai ser difícil, que vamos com toda a nossa força para ganhar.

Golos sofridos tem sido um problema esta temporada, com o aproximar do fim da temporada ainda há margem para trabalhar este aspeto?

- Há sempre. Obviamente que não nos focamos nisso, pois se queremos ganhar o jogo temos de apostar no processo ofensivo. Trabalhamos mais nisso, mas depois num ou outro exercício fomos à estratégia para o jogo. São factos e a equipa tem sofrido muitos golos, mas também tem marcado bastantes e conseguido dar a volta. Na nossa cabeça está não sofrer e temos de marcar. A equipa está com o ânimo e pronta para o desafio.

Faltam dois jogos e o 3.º lugar está à distância de duas vitórias, mas tem para este jogo dois jogadores castigados e três em risco de suspensão. Como vai gerir?

- Não pensamos no jogo seguinte, temos de ir com tudo. A gestão é que todos contam, quando se parte para um jogo destes a pensar no próximo não dá certo. Vamos com a nossa ideia. Com tudo para ganhar o jogo. Poupar ou retirar este ou aquele, isso não existe. Apenas a pensar no Vitória, pois temos de vencer e estou convicto disso. O SC Braga não ganha há duas épocas em Guimarães e isso não é normal, por isso queremos dar uma resposta convicta daquilo que queremos fazer. Vamos com tudo, com humildade e respeitando o Vitória, mas com o pensamento de que vamos sair de lá com os três pontos.

Ao longo da época a equipa tem sido um pouco bipolar. Como explica isso? E o Banza não marca há cinco jogos e saiu ao intervalo na última partida. O que se passa?

- Não se passa nada. Não estou preocupado com quem vai fazer o golo, até pode ser o Matheus [guarda-redes], quero é que a equipa ganhe. São fases que os jogadores atravessam. O SC Braga já leva 51 jogos e onze meses de temporada. É como tudo, os jogadores atravessam fases menos boas. O que me deixa mais satisfeito é que quem entra tem acrescentado e quem está de fora está convicto que vai entrar e ajudar a equipa. Isso deixa-me muito contente. Não tem a ver com a minha chegada. Se calhar deixou de ter no treino alguma situação que podia melhorar a sua finalização e o Abel tem marcado. Não estou preocupado, a equipa é que tem de dar resposta. São muitos jogos, falamos de bipolaridade, é uma equipa que por vezes parece menos concentrada, depois a ver na televisão não é tanto assim, mas consegue superar-se e ir buscar forças individualmente e coletivamente. Nos últimos minutos com menos um e voltamos a dar boa resposta.

Banza não marca e o Abel está com o moral em alta. Arriscaria revelar a sua titularidade?

- Não vou por aí. Fico contente que os adeptos tenham esgotado os bilhetes em duas horas, isso é que nos deixa contentes, pois eles acreditam e nós temos de lhes mostrar que queremos tanto como eles. Sinal de união entre o clube, sócios, adeptos, presidente, estrutura, administração e nós temos de fazer acontecer para também dar uma alegria às pessoas que acreditam em nós.

Sente uma certa mágoa por não estar no banco num jogo como este, devido à expulsão?

- Muda um bocadinho, porque queria estar lá dentro a viver o jogo, pois é aquilo que é a minha profissão. Trabalho todos os dias para estar presente nestes jogos. A equipa não vai abanar por isso. A equipa sabe o que fazer e também o corpo técnico, pois são delegadas funções para aquilo que têm de fazer. Estamos certos que não vai ser por aí que o jogo possa correr mal. Esteja onde estiver, a informação se tiver de chegar de outra forma chega. Fazer de tudo para sair de lá com os três pontos e continuar a sonhar, que acredito ser possível, com o 3.º lugar.

Melhor enquadramento com a vitória frente ao Casa Pia? Tem um cenário mais animador neste momento, após o deslize logo na estreia?

- Somos treinadores e a nossa função é desempenhar no momento, onde estivermos, de forma apaixonada a profissão. Tenho pena de não estar no banco, mas nem sequer estou a pensar na próxima época. Vivemos a semana de forma igual. Derrapamos no primeiro jogo, mas tínhamos três dias de trabalho. O jogo que perdemos em que já se viu alguma coisa foi na Luz. Com o Estoril já fizemos muita coisa que identificamos como nossa. Casa Pia com altos e baixos, mas entramos melhor do que o costume, depois de estarmos a perder demos a volta e conseguimos a vitória. Não mudou nada, o ambiente é de uma equipa recheada de talento e que tem de trabalhar muito para ganhar jogos. O Vitória é uma boa equipa, está a fazer um excelente campeonato e muito bem orientada, para sairmos de lá com um triunfo temos de trabalhar muito e igualar a equipa do Vitória em muitos aspetos. Não se trata de ser especial, pois é assim que encaro a minha profissão. Tenho um prazer enorme em treinar e depois ir ver o treino, vivo tudo ao pormenor, isto é o dia-a-dia. É um jogo diferente até mais para os adeptos, pois isso é que é especial, o facto que estão connosco. Todas as equipas têm um processo evolutivo e já está muito mais à nossa imagem. Não temos repetido muito o onze e por isso todos contam.

A aproximação ao longo dos anos aos três grandes, implica que o SC Braga pretende ser mais visto na luta com os outros do que com o Vitória? Perder lá é agora mais doloroso a todos os níveis?

- Perder nesta casa é sempre duro, seja com quem for. Temos umas condições inacreditáveis, os jogadores têm tudo e quando se proporciona estas condições, temos de fazer as coisas acontecerem. O perder é uma palavra que custa muito. Com o Arouca saí daqui doente, nem comi. Seja onde for, perder tem um significado muito grande para nós. São jogos especiais, um dérbi da região e queremos ganhar e mostrar que somos melhores que queremos andar lá cima e não a olhar para baixo, mas com toda a humildade, trabalhar muito, correr muito e ser competentes. Criar um espírito de equipa muito grande dentro do campo, trabalhar muito durante a semana e estarmos preparados para tudo, não tem muito a ver com o adversário, mas como nós encaramos tudo. Há aqui jogadores internacionais que já andaram em grandes palcos e ainda têm muita fome, querem mais e isso é que é a nossa imagem.