Rui Borges: «A exigência que temos criado de não sofrer golos e de ganhar vai ser cada vez maior»
Técnico dos conquistadores diz que a equipa tem de continuar nesta senda para que mais triunfos apareçam. (Foto: IMAGO)

Rui Borges: «A exigência que temos criado de não sofrer golos e de ganhar vai ser cada vez maior»

NACIONAL17.08.202415:35

Técnico dos vimaranenses está satisfeito com a resposta da equipa neste arranque de época, mas reforça que o foco tem de estar sempre ativado; os elogios ao Estoril e a receita para que os três pontos fiquem em Guimarães; felicidade pelos regressos de Telmo Arcanjo e João Mendes

Cinco jogos, cinco vitórias, 11 golos marcados e nenhum sofrido. É este o pecúlio do Vitória de Guimarães na presente temporada, o que significa que a moral está, naturalmente, em alta para os lados da cidade-berço.

Rui Borges tem noção da importância de entrar bem na época, a vencer e a praticar um futebol de qualidade, mas o técnico dos conquistadores não quer relaxamentos e pretende que todos tenham sempre o foco bem ativo. Apontado ao jogo seguinte e sempre com o triunfo em mente.

E o próximo obstáculo na campanha vimaranense chama-se Estoril, num duelo relativo à 2.ª jornada da Liga e que tem o pontapé de saída marcado para as 18 horas deste domingo. Rui Borges alerta para a qualidade dos canarinhos e dá a receita para que os três pontos possam ficar em Guimarães.

«A equipa tem de estar focada para fazer as coisas bem feitas. Queremos ganhar, perante um adversário que sabemos que vai ser difícil. O Estoril poderá ser bom em algumas coisas e menos bom noutras. Temos de aproveitar as menos boas e tentar anular as boas. Sabemos que vamos apanhar um adversário que vem magoado, digamos. Vem de uma derrota pesada em casa, [n.r.d.: diante do Santa Clara (1-4)]. Vai querer dar uma imagem diferente. Penso que já terá o seu treinador no relvado [n.d.r.: Ian Cathro, técnico dos estorilistas, não pôde estar no banco na receção aos açorianos devido a problemas burocráticos]. É diferente ter o líder perto. O que temos de fazer é sermos iguais a nós próprios. A exigência que temos criado de não sofrer golos e de ganhar vai ser cada vez maior. As equipas vão adaptar-se cada vez mais e melhor ao nosso jogo, vai ser mais difícil ficarmos com a baliza a zeros. A exigência que criámos para nós próprios vai aumentar. Temos de estar concentrados e tranquilos relativamente aos nossos comportamentos. Tudo o resto é consequência disso», assumiu, na conferência de Imprensa realizada ao início da tarde deste sábado.

Sem rodeios, Rui Borges falou sobre a análise feita ao Estoril: «Têm demonstrado uma estrutura muito própria, principalmente em termos defensivos. A nível ofensivo, têm uma estrutura de 4x3x3. Têm comportamentos interessantes. É uma equipa que está a crescer e com ideias novas do seu treinador. Acredito que, de jogo para jogo, vão melhorando. Têm jogadores muito bons a nível individual e temos de estar fortes e com a frescura no máximo. Se não for o caso, eles vão tirar partido dessas individualidades.»

O arranque do Vitória está a ser, realmente, a todo o gás, mas o treinador dos minhotos tem plena noção de que as coisas podem mudar de um momento para o outro. E para evitar esse cenário, o melhor mesmo é continuar... na mó de cima. Como tal, e porque o trajeto europeu vai continuar já na próxima semana, com a primeira mão do play-off de acesso à Liga Conferência - receção ao Zrinjski Mostar (Bósnia) agendada para quarta-feira, às 17.45 horas, (com a segunda mão marcada para o próximo dia 29, às 19 horas) -, Rui Borges deixa o alerta.

«Nós passamos de bestiais a bestas de forma rápida se não passamos à fase de liga [Conferência], isso é verdade, claro. A equipa tem dado uma boa resposta e há sempre muita qualidade do outro lado. Vamos encontrar uma equipa igualmente motivada para passar à próxima fase das competições europeias. Mais do que a Liga Conferência e o Campeonato, que é a competição com a qual estou preocupado neste momento, é perceber que eu vejo que os jogos têm a mesma importância. É sentir o dia a dia do jogador, percebê-los um bocadinho. Aqui ou ali poderemos mexer e dar essa tal rotatividade. Fizemo-lo com o Manu [Silva], por exemplo, nesta último jogo. Conseguimos descansar o Handel um pouco. Mas eu não sou apologista de mudar muito. Percebo que a frescura poderá não ser a mesma, mas não quer dizer que não vou mudar nada na equipa. Há coisas que têm que ver com a estratégia. Muito honestamente, hoje, se calhar, já fiz cinco equipas para o jogo com o Estoril e amanhã acordo e faço mais quatro. Tenho de pensar em muitas coisas», assinalou.

Durante a conversa com os jornalistas, Rui Borges comentou também os recentes regressos de Telmo Arcanjo e João Mendes à competição, eles que estiveram muito tempo parados devido a lesão. «O Telmo [Arcanjo] tem um potencial enorme e está a treinar muito, muito bem. Está à espera da oportunidade de ser titular. Tem ganho essa confiança, tem tido o equilíbrio e calma mental para perceber que está a crescer aos poucos e está a ficar cada vez melhor para dar respostas. Estou muito contente por isso e feliz pelo golo. Merece por toda a época de trabalho individual para recuperar da lesão. Felizmente conseguiu, está muito bem. Acredito que o futuro dele será risonho porque tem muita qualidade. E, claro, conto com o [João] Mendes porque já foi opção para o último jogo. Está à procura da melhor forma assim como o Telmo, que fez este percurso gradualmente. O [João] Mendes teve menos tempo de paragem, é certo, mas também está a regressar de uma lesão prolongada. É preciso ter paciência e calma. Será titular no momento certo. Será titular nuns jogos e não será noutros. Temos muitas soluções. São as minhas boas dores de cabeça, essa qualidade individual. Mas será sempre na defesa do coletivo. O coletivo está sempre primeiro e depois sobressai o individual», concluiu Rui Borges.