Ruben Kluivert: «Também sei marcar golos»
Rúben Kluivert exercita-se no decorrer de uma sessão de treino do Casa Pia. Foto: Casa Pia AC.

Ruben Kluivert: «Também sei marcar golos»

NACIONAL30.07.202409:03

É filho de antigo avançado que fez história no Ajax, no Milan, no Barcelona e na seleção neerlandesa. Joga no Casa Pia e é defesa

Ruben Kluivert chegou ao Casa Pia vindo do Dordrecht. O apelido é dos mais conhecidos nos Países Baixos, não fosse o pai Patrick uma das figuras históricas do futebol do país. Ruben, ao contrário do pai, é defesa. Ele que cresceu numa família absolutamente ligada ao futebol.

Cumpre neste momento a pré-época no Casa Pia. Com que ideia fica sobre o que encontrou até agora?

O
Casa Pia é um bom clube. Antes de vir, fiz muitas chamadas e falei sobre o seu scouting, o técnico principal e a equipa técnica e só ouvi histórias positivas sobre eles. Por isso, escolhi o Casa Pia, é onde estou agora, e estou ansioso para que a época comece.

A cada dia que passa, o início da época oficial está mais próximo e o
Casa Pia tem realizado jogos de preparação para esse fim, no seu estágio em Guimarães. A equipa ainda irá, certamente, contratar e ver sair jogadores – o que considera deste plantel para já?

Gosto da equipa, é uma boa equipa. É uma equipa jovem com um misto também com outros mais experientes, mas na sua maioria jovens jogadores. Isso é bom, são jogadores com fome e também com outros mais velhos, a acrescentar experiência nesta Liga e ao mais alto nível. Por isso, considero a equipa muito boa.

É ainda um jogador jovem (23 anos). O Casa Pia e o futebol português foram a melhor escolha para a sua evolução?

Sim. Penso que o plano que o Casa Pia tem para mim é muito bom, muito agradável e que foi a melhor hipótese para eu evoluir e tornar-me melhor jogador. Estou muito habituado a estar sozinho e a cidade de Lisboa é muito boa, é claro que é uma das melhores cidades em Portugal para se viver e também pelo facto de disputarem a Liga.

O clube terminou a última Liga no 9.º lugar. Isso contribuiu para que assinasse pelo Casa Pia?

Foi muito bom escutar que estavam interessados em mim, é sempre bom para um jogador ouvir isso e sim, eles fizeram um ótimo trabalho ao terem terminado em nono. Espero contribuir para que volte a acontecer.

Certamente está habituado a ser falado pelo facto de ser filho de uma figura mediática do futebol internacional como Patrick Kluivert. Lida bem com essa pressão?

Não o vejo verdadeiramente como uma maior pressão. Cresci com isso ao meu redor e, na verdade, para mim é normal ouvir as pessoas falarem do nome e das expectativas elevadas. Eu faço apenas o meu próprio jogo e faço o melhor que posso, é assim que faço.

O seu pai, Patrick Kluivert, foi um dos melhores avançados da história dos Países Baixos, mas o Rúben joga como defesa central. Acha que não herdou o instinto matador do seu pai?

Não não, eu também consigo marcar golos (risos)! Quando era mais novo – e penso que é por isso que sou defesa… - os meus dois irmãos mais velhos ficavam sempre com a bola e eu ficava sempre a defender, por isso desde criança que eu estava sempre na defesa e de facto levei isso para o próximo nível (sorri).

A sua família é recheada de futebolistas – além do seu pai, também tem outros quatro irmãos a jogar futebol profissionalmente. A família Kluivert era, por si própria, quase como um clube de futebol?

Sim, jogávamos mesmo muitas vezes entre nós, claro. É normal, penso eu, e toda a família tem isso, mas na nossa família toda a gente sabe jogar futebol, o que torna tudo mais difícil (risos).

Acha que essa competição constante com os seus irmãos, que conhece desde muito cedo, o ajudou a estar onde está agora e a ser o jogador que é?


Sim, sim. Acho mesmo que os meus dois irmãos mais velhos (ndr: Quincy e Justin Kluivert) me ajudaram muito a estar onde estou e a fazer de mim o jogador que sou. Tiveram um grande papel em eu ser quem sou agora.

Que conselhos lhe deu o seu pai? Que conhecimento tem sobre o Casa Pia?

Claro que me aconselhou! Ele não sabia muito sobre o Casa Pia, porque quando ele jogava o Casa Pia não era assim tão grande quanto é agora, mas aconselhou-me a vir quando olhou ao que o clube fez na época passada. Ele teve uma palavra importante sobre o que deveria fazer.

Também a sua representante, Rafaela Pimenta, possui um background muito grande no futebol internacional e trabalha com várias estrelas do futebol internacional como Erling Haaland, Paul Pogba e até tem um jogador no Benfica, Andreas Schjelderup. É uma vantagem para si ser aconselhado por alguém tão experimentado?

Depende. Acho que é muito bom tê-la, mas vantagem…no fim, no campo é que vais mostrar-te, apesar de por certo ser bom receber conselhos, é bom ouvi-los e eu gosto de escutá-los. Mas, no fim, somos nós que fazemos por nós próprios no campo, pela nossa equipa. Por isso, não lhe chamaria uma vantagem, mas sim algo bom de se ter.

Pensa permanecer em Portugal a longo prazo?

Sim, tenho agora um contrato de três anos com o Casa Pia e tomo esta experiência dia após dia e espero poder dar tudo em campo, sempre que estiver em forma, espero estar ao máximo durante toda a época e jogar o máximo de jogos que conseguir. Esse é o meu objetivo para este ano.

E após este ano, mais à frente? Pensa em chegar à seleção principal dos Países Baixos, como o seu pai e o seu irmão Justin?

É claro que também olho para a minha seleção nacional, mas penso que, por agora, tenho de mostrar-me primeiro e não olhar demasiado para a frente. Tomo este momento dia a dia, jogo a jogo, treino a treino e assim continuarei.