Rubén de la Barrera: «Tenho a consciência tranquila. Deixo a vida por este clube»
Vizela está obrigado a vencer o Rio Ave para manter a esperança de se manter na Liga
Rubén de la Barrera sabe que a margem de erro é nula nestes útimos quatro jogos que restam. Uma derrota na receção ao Rio Ave, agendada para as 15h30 deste sábado, é fatal para o Vizela, uma vez que à entrada para a 31.ª jornada está a sete pontos do Portimonense (16.º) e a oito do Estrela da Amadora (15.º).
«Infelizmente, não dependemos de nós. O que depende é o nosso rendimento do jogo de amanhã. É nisso que estamos focados, tudo o resto já nos foge, já não vamos a tempo. Temos que competir e jogar bem, só assim teremos mais condições de disputar todos os pontos que restam. Pretendemos minimizar os erros, porque em alta competição faz toda a diferença. Queremos reduzi-los para permitir ganhar jogos, até porque acabam por condicionar os resultados e contaminar a visão do que se faz», começou por dizer, esta sexta-feira, o treinador espanhol na antevisão à partida com o Rio Ave, equipa que não perde há oito jogos e é a setima equipa com menos golos sofridos no campeonato.
«É uma equipa com identidade clara, reforçou-se bem no mercado de inverno, mas temos estado a preparar este jogo da melhor forma. Tem uma boa circulação de bola e gente inteligente. Mais do que a fortaleza defensiva é a solidez do seu jogo, o que explica a razão de estar a sofrer poucos golos, fazendo com que os rivais tenham dificuldades em ganhar-lhe. O que pode variar um pouco são as nossas intenções, somos agressivos defensivamente e assumimos bem os duelos. Temos de interpretar a defesa adversária para criar danos, assim como organizar e reorganizar bem, porque tem jogadores importantes no ataque. Temos de fazer um jogo muito inteligente».
As últimas jornadas têm sido pesadas para o Vizela. Soma cinco derrotas consecutivas e a claque e o próprio presidente da Câmara viraram-lhe as costas. Rubén de la Barrera coloca a «paixão» acima de todos os obstáculos.
«Assumimos o que representa este desporto para nós, muita paixão. Independentemente dos resultados, não podemos baixar o nível de concentração. Cada dia que passa é um novo desafio para crescer e evoluir, e será assim até ao último dia que treine. Não só aqui, mas até quando deixar de treinar», explicou antes de sublinhar que está «de consciência tranquila».
«Deixo a vida por este clube. Agora há muitas variáveis para se ganhar um jogo. Quando um ganha, justifica tudo o que fez; quando um perde, o trabalho será objeto de maldizer, algo natural neste desporto. O que tenho de ter claro é o trabalho que faço todos os dias, aí, estou tranquilo, mas dorido pela situação em que estamos».
Num período em que se esperava alguma estabilidade também dentro das quatro linhas, o treinador espanhol de 39 anos tem rodado muitos jogadores no onze inicial, o que não confere a consistência de jogo, contudo, explica que essa «tomada de decisão é em função da vitória».
«Temos uma semana de treino e, com base nisso, decidimos em aspetos concretos: maneira de atacar, defender, comunicar... E isso passa por dar volta a diferentes situações. São as funções de cada treinador».