Rubén de la Barrera: «Há muita gente que pensa que estamos mortos...»
Técnico dos vizelenses acredita que os seus jogadores vão conseguir dar a volta à situação. (Foto: D. R.)

Rubén de la Barrera: «Há muita gente que pensa que estamos mortos...»

NACIONAL01.03.202413:36

Treinador do Vizela diz que a sua equipa tem todas as condições para sair do último lugar e garantir a permanência; para isso, defende o espanhol, é necessário não cometer os erros que foram cometidos, por exemplo, no encontro da última jornada, diante do Estoril, em que os minhotos estiveram a vencer por 2-0; a importância de Samuel Essende para a equipa e a importância da equipa para... Samuel Essende

O Vizela está mergulhado no último lugar da tabela classificativa, com apenas 17 pontos conquistados nas 23 jornadas já realizadas, e esse cenário pode dar a ideia de que os minhotos já estão condenados à descida de divisão. Nada mais errado, na ótica de Rubén de la Barrera.

O técnico espanhol tem noção da realidade, sublinha que há quem possa pensar nessa possibilidade, mas está crente de que o seu grupo de trabalho tem todas as condições para alterar esse paradigma.

Esta foi, curiosamente, a última resposta do treinador dos vizelenses na conferência de Imprensa de antevisão do jogo com o Portimonense, agendado para as 15.30 horas do próximo domingo, e numa altura em que Barrera até foi questionado sobre o que os reforços de inverno aportaram à equipa.

«Claro que vieram para somar e para dar mais qualidade e opções ao plantel. Acho que somos uma equipa com possibilidades, mas temos de o demonstrar no relvado. Não se trata de uma questão de juntar nomes ou trocar posições. É um desafio enorme para cada um de nós lutarmos pela permanência, que seria, sem qualquer dúvida, um enorme êxito no final da época. Há muita gente que pensa que estamos mortos e nós temos que provar o contrário a todas essas pessoas que pensam que o Vizela está morto desportivamente», constatou.

Sobre a forma como está a ser encarado o importante desafio diante dos algarvios, o espanhol foi buscar o que se passou na última ronda, diante do Estoril - jogo em que o Vizela esteve a ganhar por 2-0, permitiu a reviravolta canarinha e conseguiu, no último suspiro, chegar ao 3-3 - para dar conta do que deve e não deve acontecer em Portimão.

«Teremos de ter o Vizela da primeira parte do jogo com o Estoril. Nesse período jogámos, na segunda parte decidimos não fazê-lo. Deixámo-nos levar pela ansiedade e pelo medo, jogando com o marcador e com o tempo. E isso, para uma equipa na nossa situação, é sinónimo de não ganhar. Dessa forma, no jogo do próximo domingo é simples: ou jogamos… ou jogamos», afirmou, de forma direta.

A receção ao Estoril e a deslocação ao reduto do Portimonense configuram dois jogos diante de adversários diretos na luta pela permanência, e se já não é possível garantir os seis pontos nestas duas partidas, então que sejam garantidos... quatro: «Iremos ter o desafio de provar que o empate com o Estoril foi um mal menor. Claro que pretendia atingir os seis pontos nestes dois jogos, algo que nos colocaria noutra realidade, mas agora temos de pensar em conquistar quatro. Nos momentos em que respeitamos o que somos enquanto equipa, atacamos bem e criamos situações de golo. Estamos num momento em que somos condenados a qualquer erro. Como podemos evitar isso? Jogando. Estarmos sempre conectados ao jogo. Colocar em prática o que treinamos todos os dias. Temos o repto de alcançar a permanência esta temporada. Claro que lutar por outros objetivos seria fantástico, mas a realidade é esta. E tudo faremos para salvar a nossa época.»

A importância de Samuel Essende

Pese embora a temporada extremamente irregular realizada pelo Vizela até ao momento, há um nome que tem sobressaído no emblema minhoto: Samuel Essende.

O ponta de lança franco-congolês chegou no início da época ao emblema vizelense, por empréstimo dos franceses do Caen, mas o seu rendimento levou a que o Vizela exercesse o direito de opção de compra que constava no acordo estabelecido com a formação gaulesa. Dessa forma, no passado mês de janeiro, os minhotos anunciaram a contratação do jogador a título definitivo, num contrato válido até 2026.

Os números de Samuel Essende têm sido, de facto, acima da média, sendo que, por esta altura, o número 99 tem 14 golos e uma assistência em 26 jogos (em todas as competições). Olhando apenas à Liga, o ponta de lança leva 13 tentos apontados (o outro foi na Taça de Portugal), mais de metade dos golos do Vizela até à data (23).

Instado a pronunciar-se sobre a importância do jogador, Rubén de la Barrera não escondeu a preponderância de Essende, mas também ressalvou que só as dinâmicas coletivas permitem ao goleador fazer o que melhor sabe. E, além disso, o técnico salientou também as tarefas do avançado quando a hora é a de... defender.

«Felizmente que não tenho de pensar na hipótese de um ataque sem o Samuel Essende. Claro que é um jogador com uma enorme mentalidade, com grande vontade de crescer, e nós estamos também a beneficiar dos seus números nesta época. É certo que o golo no Vizela tem um nome, chama-se Essende, mas ele também não pode esquecer que nós criamos jogo para que os elementos que alinham na frente de ataque possam ter oportunidades para concretizar. Por outro lado, ele tem também um papel importante no plano defensivo, onde também precisamos de todos», concluiu o técnico espanhol.