Roger Schmidt pediu saída do quarteto brasileiro

NACIONAL16.09.202416:45

Morato, David Neres e Marcos Leonardo foram transferidos, enquanto Arthur Cabral acabou por continuar na Luz e vai lutar pela titularidade com Pavlidis. Antigo treinador considerava que tinham pouco compromisso com a equipa

O mercado de vendas do Benfica foi bastante preenchido e, entre as várias saídas do plantel, seja em definitivo ou por empréstimo, estiveram três dos quatro brasileiros que dele faziam parte. Já perto do fecho da janela, Morato seguiu para o Nottingham Forest (€11M + €6M em bónus), David Neres foi vendido ao Nápoles (€28M + €2M em bónus) e Marcos Leonardo joga agora pelo Al Hilal, de Jorge Jesus, que por ele pagou 40 milhões de euros. E as saídas do central, extremo e avançado não se deveram exclusivamente a fatores desportivos ou à visível perda de importância que conheceram nas escolhas de Roger Schmidt nos últimos meses do germânico como treinador das águias.

Demitido após o empate com o Moreirense, na 4.ª jornada, e entretanto rendido por Bruno Lage, o antigo treinador das águias considerava que o comportamento extra relvado do grupo revelava pouco compromisso para com a equipa. Por isso, Schmidt recomendou a Rui Costa e seus pares a saída de todos eles, tentando recuperar o grupo e juntar os cacos de uma relação com jogadores e adeptos que já há muito se tinha deteriorado. O que não aconteceu.

Logo após a primeira hecatombe da época, com o desaire em Famalicão a abrir a Liga, o alemão admitiu que Neres tinha pedido para sair e precisava apenas de «jogadores comprometidos», o que, acreditava, a dada altura deixou de ser aplicar ao extremo, que, mesmo com pouco tempo de jogo, agora tem brilhado em Nápoles, com três assistências em outros tantos jogos. De resto, de Neres foi das mais incompreendidas pelos adeptos nos últimos anos, lembrando que o antigo camisola 7 era um dos ‘meninos bonitos’ das bancadas na Luz. Mas também ele estava desagradado com a gestão de que era alvo por parte de Schmidt e por, em diversas ocasiões, ter jogado fora da posição – extremo direito – em que mais gosta de atuar.

Morato e Neres na festa do título, em 2023

Nos casos de Morato e Neres, jogadores que, em conjunto, somaram, respetivamente, 86 e 83 jogos pelos encarnados, sagrando-se campeões nacionais em 2023, nem sequer houve a habitual entrevista aos meios oficiais do clube para jogadores com papel importante na equipa, como aconteceu, por exemplo, depois das saídas de Rafa Silva ou João Mário, ambos a jogar no Besiktas atualmente.

Do lote de quatro brasileiros que estiveram no plantel das águias desde janeiro, altura em que Marcos Leonardo aterrou na Luz vindo do Santos com promessas de grande futuro de águia ao peito, sobrou apenas Arthur Cabral, mas nem sequer foi por falta de interessados ou de negociações tendo em vista uma transferência do avançado. Do Brasil e da Arábia Saudita surgiu cobiça, mas não houve acordo e Cabral continuou na Luz, tentando, agora com Bruno Lage, mostrar melhor imagem comparativamente a 2023/24, em que marcou 11 golos em 43 jogos depois de ter custado 20 milhões de euros junto da Fiorentina.

A missão será difícil, já que o grego Vangelis Pavlidis parece dono e senhor do lugar no onze, mas Arthur Cabral está de cabeça limpa, focado no Benfica e pronto para dar luta ao grego, sendo que, depois do empréstimo de Casper Tengstedt ao Hellas Verona, o brasileiro é a alternativa direta ao jogador contratado ao AZ Alkmaar no último defeso.