ANTEVISÃO Rio Ave – Vizela: Vila-condenses e minhotos em duelo emotivo de fuga ao fundo
Espera-se embate emotivo entre dois conjuntos separados por apenas um ponto e em posição débil; vila-condenses desperdiçaram vantagens nos últimos dois confrontos, minhotos não vencem para a Liga há quase mês e meio
Atendendo à escassa diferença pontual que separa Rio Ave e Vizela e a luta na qual os dois conjuntos se incluem, espera-se um dos encontros mais emotivos da 14.ª jornada da Liga neste embate que terá lugar em Vila do Conde. Quem perder – se existir um derrotado – corre o risco de terminar a jornada isolado no último lugar…
Os dois conjuntos encontram-se arredados das vitórias, sendo que o Rio Ave desperdiçou, nas duas últimas jornadas, duas situações de vantagem, e o Vizela não conseguiu resistir ao maior poderio do SC Braga, que venceu com naturalidade em sua casa.
As duas equipas estão aproximadas na débil condição classificativa e na absoluta necessidade de vencer, sendo que o Rio Ave, 15.º classificado, escapa para já por um ponto dos lugares de descida, somando 11 pontos, mais um que Desportivo de Chaves, Arouca e Vizela (que hoje defronta), numa luta ponto a ponto que muito promete para as próximas semanas e meses.
O histórico de confrontos entre os dois emblemas é do mais apertado possível – o Vizela leva vantagem com mais um triunfo (nove) que o Rio Ave (oito), com outros nove empates entre os dois conjuntos. Uma diferença mínima que em muito se deve ao facto de os vizelenses terem vencido os dois últimos embates, pela 1.ª e 18.ª jornadas da edição transata da Liga, por 1-0 em Vila do Conde e 3-1 no seu estádio.
Rio Ave
Os últimos dois jogos têm deixado um saber a pouco para os vila-condenses, que em ambos os casos chegaram a estar a vencer, mas desperdiçaram as situações de vantagem. Assim foi perante o Estrela da Amadora, nos Arcos, num encontro em que sofreu a igualdade cerca de dois minutos depois de ter saído na frente e, por conseguinte, não evitou a igualdade, sendo que na jornada anterior esteve ainda mais perto de vencer, tendo disposto de uma vantagem de 2-0 sobre o Arouca, em casa deste, que haveria de ver anulada na segunda parte, voltando a ter de se contentar com o empate.
Equipa provável (3x4x3): Jhonatan Luiz, Josué Sá, Aderllan Santos e Miguel Nóbrega; Costinha, Guga Rodrigues, Amine Oudrhiri e Fábio Ronaldo; Joca, Bruno Ventura e Emmanuel Boateng.
Lesionados: -.
A figura: Fábio Ronaldo. Extremo de formação, excedeu todas as expectativas enquanto ala de pendor ofensivo. Aproveita o seu conhecimento angariado em todo um percurso desportivo a explorar o último terço para acrescentar acutilância ao processo ofensivo dos vila-condenses e aprendeu com rapidez a defender-se…para saber defender com precisão. É aposta clara de Luís Freire, que o lançou como titular nas treze jornadas já realizadas e já o elogiou publicamente em conferências de imprensa nas quais apontou ao potencial visível nos seus 22 anos e toda uma carreira pela frente numa posição que parece assentar-lhe como uma luva.
O que diz o treinador do Rio Ave, Luís Freire: «Estamos nitidamente a crescer na tabela e em termos exibicionais. Mesmo nestes três empates, podíamos claramente ter ganho, fruto da maior capacidade ofensiva, agora sem as lesões que nos limitaram».
Luís Freire tem encontrado no Vizela uma pedra no sapato: na época passada não conseguiu pontuar perante este adversário e busca por um registo melhor que pode revelar-se muito útil nas contas finais da época. É ponto após ponto que o Rio Ave tem feito a sua corrida, podendo impulsionar a sua confiança caso consiga juntar um triunfo aos empates que tem obtido.
Já o Vizela não conseguiu opor-se a um dos emblemas de maior poderio da Liga, o SC Braga, que mesmo com parte da sua atenção virada para a jornada europeia, que reservou uma deslocação a Nápoles a meio da semana, impôs-se com naturalidade no reduto vizelense. Há, por isso, uma imagem a melhorar e tal seria claramente conseguido com um moralizador triunfo em casa alheia…e de um rival direto.
Equipa provável (4x3x3): Fabijan Buntic, Tomás Silva, Anderson Jesus, Rodrigo Escoval e Matheus Pereira; Pedro Ortiz, Samu Silva e Diogo Nascimento; Orest Lebedenko, Jardel Silva e Samuel Essende.
Lesionados: Nuno Moreira, Dylan Saint-Louis e Alberto Soro.
A figura: Fabijan Buntic. O Vizela é a segunda defesa menos batida entre os cinco últimos classificados, com 21 golos sofridos, e tal não constitui coincidência: o croata é mesmo uma garantia de estabilidade e esteve, como consequência, presente em todos os minutos dos vizelenses na presente edição do campeonato. A sua média de golos sofridos não faz justiça às várias prestações de altíssimo nível que tem realizado neste campeonato e realiza uma interessante tendo em conta que, no momento presente, é o guarda-redes do último classificado da Liga. Uma questão de tempo, acreditam os responsáveis do clube minhoto…e, em especial, Buntic, que tudo fará para voltar a jogos de ficha limpa, mais de um mês e três partidas depois.
O que diz Pablo Villar, treinador do Vizela: «É um jogo muito importante entre duas equipas adversárias. É certo que estamos em baixo, mas a distância entre as equipas é muito curta. Vamos dar tudo para ganhar este jogo. E, depois, vamos tratar de melhorar cada dia e crescer».
Estreante no futebol português, Pablo Villar espera conseguir derrotar o Rio Ave na primeira vez que encontra este adversário e alcançar o sexto triunfo desde que chegou a Vizela. O último, no que toca à Liga, já foi há quase mês e meio – pelo meio, o emblema nortenho afastou o Estrela da Amadora da Taça de Portugal, após prolongamento – e o regresso às vitórias seria bem-vindo para o espanhol…