Rio Ave-Casa Pia: pontos já começam a ficar... ao preço do ouro
Estádio dos Arcos, em Vila do Conde, é o palco do encontro de domingo (Foto: D.R.)

ANTEVISÃO Rio Ave-Casa Pia: pontos já começam a ficar... ao preço do ouro

NACIONAL11.02.202407:30

Ambos estão em posições delicadas na tabela classificativa e este é daqueles jogos que ninguém pode (mesmo) perder; vila-condenses gostam de jogar em casa, lisboetas preferem alinhar fora; ambos não vencem há mais de um mês

Ninguém gosta de perder. Nunca. Mas este é (mesmo) daqueles jogos que ninguém quer (nem pode) perder. Porque a Liga caminha a passos largos para o último terço e entretanto vem aí a fase em que os pontos começam a ficar... ao preço do ouro.

O Rio Ave e o Casa Pia chegam a esta 21.ª jornada em posições delicadas na tabela classificativa e a necessidade de vencer começa a ser cada vez mais urgente.

Se olharmos ao passado recente, e numa análise meramente teórica assente nos resultados obtidos pelas duas equipas nas últimas rondas, então o Rio Ave estará mais perto de vencer. Afinal, o conjunto de Luís Freire vem de três empates consecutivos, sendo que o último foi alcançado no terreno do FC Porto (0-0), algo que terá aumentado ainda mais a moral da formação vila-condense.

Mas o Casa Pia também vem de um empate (0-0 na receção ao Boavista), numa partida que, apesar de ter sido bastante nivelada por baixo no que concerne à qualidade do espetáculo, acabou por castigar mais os gansos do que propriamente as panteras.

Além de terem obtido o mesmo resultado na 20.ª jornada, vila-condenses e lisboetas têm também em comum o facto de estarem há mais de um mês sem conhecerem o sabor do triunfo: o Rio Ave não vence desde o dia 7 de janeiro (2-0 ao Portimonense), o Casa Pia desde o dia 8 de janeiro (4-1 ao Moreirense).

RIO AVE

A curva parece ser ascendente. Depois desse triunfo diante dos algarvios, os rioavistas somaram novo desaire (1-4 com o Benfica), é um facto, mas a reação foi imediata e surgiu assente em três empates consecutivos: Chaves (0-0), Estoril (1-1) e FC Porto (0-0). E este registo recente deixa Luís Freire (ainda mais) otimista no que diz respeito ao regresso às vitórias.

Que, acredita-se na estrutura verde e branca, começarão a ser uma uma realidade já esta tarde. Até porque, acrescente-se, é em Vila do Conde que o Rio Ave gosta de jogar. É em Vila do Conde, no conforto do lar e com o apoio dos seus adeptos, que os pontos têm sido conquistados (13 dos 18 já obtidos no Campeonato).

Nos Arcos, os rioavistas têm sido particularmente eficazes: três vitórias, quatro empates e três derrotas.

Chaves (2-0), Boavista (2-0) e Portimonense (2-0) caíram em Vila do Conde, onde Famalicão (1-1), Estrela da Amadora (1-1), Vizela (1-1) e Estoril (1-1) - sim, os resultados foram sempre os mesmos nas vitórias e nos empates (!) - também não conseguiram passar. Os desaires foram diante de FC Porto (1-2), Moreirense (0-3) e Farense (3-4).

Equipa provável (3x4x3): Jhonatan; Josué, Aderllan Santos e Miguel Nóbrega; Costinha, Mateo Tanlongo, João Teixeira e Fábio Ronaldo; Joca, Yakubu Aziz e João Graça

Lesionado: André Pereira

Castigado: Emmanuel Boateng

Figura: Costinha

Tem sido um dos principais beneficiados da estrutura que Luís Freire privilegia. Seja em 3x4x3 ou em 3x5x2, os sistemas mais vezes utilizados pelo técnico, Costinha sente-se como 'peixe na água' no corredor direito. Além de ser competente a defender, pode, em ambos os casos, dar aso à sua propensão ofensiva e fazer do flanco uma verdadeira... via verde. E além das qualidades exibicionais que tem conseguido, os números ajudam (e de que maneira!) a este destaque individual. Afinal, o camisola 20 é o jogador mais utilizado do plantel (23 jogos em todas as competições) e é também... o segundo melhor marcador (quatro golos). Neste particular, apenas tem à sua frente Emmanuel Boateng (cinco).

A antevisão de Luís Freire:

CASA PIA

Os gansos também querem fortalecer o terreno para evitarem começar a nadar para fora de pé. A queda acentuou-se há sensivelmente um mês, porque depois do já referido triunfo sobre o Moreirense, os lisboetas somaram três derrotas - Famalicão (0-3), Farense (1-3) e Sporting (0-8) - e um empate - Boavista (0-0).

Mas se o Rio Ave gosta de jogar em casa, o Casa Pia prefere atuar na condição de... visitante. Longe de Rio Maior (casa emprestada aos casapianos enquanto decorrem as obras em Pina Manique), a formação orientada por Pedro Moreira angariou 14 dos 20 pontos que contabiliza atualmente.

As deslocações mais proveitosas foram aos redutos de Farense (3-0), Arouca (1-0), Chaves (3-1) e Moreirense (4-1), sendo que as idas aos terrenos de Boavista (1-1) e Benfica (1-1) também renderam. Ao invés, os gansos foram derrotados por Gil Vicente (0-2), Estoril (0-4), FC Porto (1-3) e Sporting (0-8). Este jogo em Vila do Conde é, de resto, o primeiro do Casa Pia fora de casa depois da pesadíssima goleada sofrida em Alvalade. Qual será a reação?

Equipa provável (4x4x2): Ricardo Batista; Larrazabal, Fernando Varela, Tchamba e Leonardo Lelo; Yuki Soma, Ângelo Neto, Beni e Nuno Moreira; Clayton e André Lacximicant

Lesionados: Zolotic e Kiki Silva

Castigado: Felippe Cardoso

Figura: Clayton

Uma dezena de golos leva já o ponta de lança brasileiro na presente temporada. É uma das grandes referências ofensivas da equipa - a par de Felippe Cardoso, que hoje estará ausente devido a castigo - e além do acerto na hora de visar as balizas contrárias oferece também à equipa várias dinâmicas quando sai da sua zona de jurisdição. Porque Clayton costuma ser alvo de marcações cerradas por parte dos defesas-centrais das equipas adversárias e, como tal, sente várias vezes a necessidade delas se libertar para poder 'entrar' no jogo. E quando faz esse tipo de movimentos, muitas vezes de costas para a baliza, oferece interessantes linhas de passe aos seus companheiros, permitindo, nesses instantes, que a equipa possa subir as suas linhas e forçar a entrada no último terço ofensivo.

A antevisão de Pedro Moreira:

A linha que separa as designações decisivo e de extrema importância é muito ténue. Porque este jogo pode valer (muito) mais do que apenas três pontos. A tabela classificativa e o forte desejo de fuga aos lugares de aflição assim o indicam.