Renato, o último a derrubar o leão na Reboleira: «Espero que se repita»
Renato Anjos celebra a obtenção de um golo ao serviço do Estrela da Amadora. Foto: Rui Raimundo/ASF.

Renato, o último a derrubar o leão na Reboleira: «Espero que se repita»

NACIONAL27.03.202411:30

Antigo futebolista, hoje com 54 anos, foi o 'herói' do Estrela da Amadora ao marcar os dois golos que permitiram operar reviravolta na última vitória dos tricolores em sua casa sobre o Sporting, em 1998

Manda o destino que esta sexta-feira, data em que se cumprem precisamente 26 anos sobre a última vitória do Estrela da Amadora sobre o Sporting no seu recinto, o histórico Estádio José Gomes, os tricolores receberão precisamente os leões pela 27.ª jornada da Liga. Uma coincidência histórica que levou A BOLA a recordar Renato Anjos, o último homem a conduzir o Estrela à vitória contra o Sporting, numa histórica partida na qual marcou os dois golos que permitiram a reviravolta em 1998 (2-1).

O antigo futebolista, que hoje trabalha como comercial, recordou esse inesquecível momento. «Recordo o momento com felicidade, entusiasmo e com um marco na minha carreira. Além da vitória, justa e importante, foi um dia muito feliz para a família estrelista. Foi uma semana pós-jogo muito divertida», afirmou, quando remonta a um épico triunfo mais de duas décadas e meia depois…ainda mais improvável tendo em conta que, na altura, nem sequer foi titular.

Renato Anjos entrou nessa partida, válida pela Liga de 97/98, aos 56 minutos e bisou nos últimos 15 minutos (aos 75 e 80) depois de Roberto Assis que, curiosamente, também representou o Estrela, ter inaugurado o marcador para o Sporting logo no primeiro minuto de jogo…mas na altura, fruto do entusiasmo, não teve consciência do que tinha feito e que para sempre havia entrado para a história do Estrela. «Na altura não, saí do banco com a azia de não ter sido titular», admitiu, entre risos.

Renato Anjos, hoje com 54 anos, quando representava o Estrela da Amadora enquanto futebolista. Foto: Guilherme Venâncio/ASF.

«Entrei com a vontade de mostrar ao treinador que podia ser titular, foi opção do mesmo e respeitei, depois do jogo é que me apercebi que tinha sido um feito que nem todos conseguem fazer. Tive a sorte de estar no sitio certo, no momento certo. Ainda hoje se fala nisso, passados 26 anos. Os meus amigos lembram-se disso», constata, orgulhoso. Muitos anos passados, a atual diferença de realidades será ainda maior, mas o antigo herói do Estrela, hoje com 54 anos, considera possível que a gracinha se repita.

«Na altura também havia a diferença de realidades e nós conseguimos ganhar. Aliás, nesse ano ganhámos aos três grandes, um feito, acho eu, inédito, para o Estrela. Em relação à repetição do feito, acho e espero que seja possível, basta o Estrela ter a tal estrelinha e é bem possível que aconteça», anteviu, esperançoso e, acima de tudo, muito satisfeito por voltar a ver o clube que o notabilizou de regresso ao primeiro escalão do futebol português.

Na sua altura, os dois clubes eram orientados por treinadores com história no futebol português, como Fernando Santos (que treinava o Estrela) e Carlos Manuel (que liderava os leões). Na próxima sexta-feira, serão Sérgio Vieira e Rúben Amorim os técnicos em confronto e Renato Anjos olha para a carreira destes dois técnicos com muito respeito e admiração.

«Em relação aos treinadores actuais, o Rúben está num nível muito bom, forte. Pôs um Sporting muito forte ao nível de jogo jogado, como já não se via há muitos anos, e num aspecto que acho fundamental para o sucesso desportivo, o espírito de grupo. Aliás, no Estrela do meu tempo, esse espírito foi o que nos deu tantas alegrias, éramos uma família. Em relação ao Sérgio Vieira, espero que ele tenha muito sucesso, porque se ele o tiver, o meu Estrelinha também tem», desejou o antigo futebolista.

Também lhe poderá interessar: «Sérgio Vieira analisa tópicos em discussão no V Fórum do Treinador»