FC Porto Remuneração dos órgãos sociais aumentou mais de 157 por cento!

Os custos salariais relativos aos plantéis de futebol, equipas técnicas e demais estruturas da SAD do FC Porto, incluindo os Órgãos Sociais, passaram de €38,7 milhões no primeiro semestre de 2021 para 51,044 milhões no período homólogo de 2022, a que se refere o atual Relatório e Contas da SAD 2022/2023, cujo resultado líquido foi negativo em quase €9,9 milhões.

Mas o que mais surpreendeu o universo portista neste aumento global de €12,26 milhões nos custos com pessoal foi a acentuada subida da remuneração dos Órgãos Sociais, na ordem dos 157,6 por cento! A 31 de dezembro de 2021, o Conselho de Administração liderado por Pinto da Costa, e do qual fazem parte Adelino Caldeira, Fernando Gomes, Luís Gonçalves e Vítor Baía, ganhou 1,15 milhões. No período homólogo de 2022 essa remuneração disparou para os €2,96 milhões.

No relatório semestral, o aumento das remunerações globais é justificado, «em grande parte», pela atribuição de prémios de acesso Champions 2022/2023 e pela «performance desportiva da equipa na fase de grupos da prova europeia assim como pela conquista da Supertaça Cândido de Oliveira.» Pelos mesmos motivos, a remuneração aos atletas e técnicos subiu para €34, 9 milhões, mas em percentagem o aumento foi de apenas 26,1 por cento.

Feitas as contas, no primeiro semestre de 2022/2023 os Órgãos Sociais da SAD portista receberam o triplo das congéneres do Benfica e Sporting, juntas. Os Conselhos de Administração de águias e leões também tiveram aumentos, mas menos exuberantes: 468 mil euros no Benfica, entre remunerações fixas e variáveis, e 447 mil euros, no Sporting. A indignação de muitos portistas reside no facto de a situação financeira do FC Porto não estar estabilizada: o passivo supera os €481 milhões e verificou-se um agravamento do capital próprio, que atinge agora os €122.028 milhões negativos.