Novo presidente da Liga foi eleito com 42 votos, para apenas 10 de José Gomes Mendes

Reinaldo Teixeira elenca problemas das Ligas profissionais: «A realidade é crua»

Presidente eleito fez um apelo à união, apontou questões a resolver e prometeu construir «uma nova Liga»

Eleito novo presidente da Liga, sucedendo a Pedro Proença, Reinaldo Teixeira pediu união de todos os clubes numa altura em que o futebol português está a cair no ranking da UEFA e tem um problema de sustentabilidade.

«Reitero que, a partir de hoje, sou presidente de todos sem exceção. A esta missão entrego-me com o melhor de mim, tendo apenas um objetivo: a defesa dos superiores interesses de todas as Sociedades Desportivas. Vamos começar o nosso trabalho imediatamente. Ainda hoje terei uma primeira reunião estratégica com a minha equipa, não há tempo a perder. A palavra obrigado será o impulso para que comecemos imediatamente a nossa obrigação que é a defesa dos superiores interesses das Sociedades Desportivas. A realidade é crua e pede urgência. A principal Liga tem assimetrias conhecidas e está a cair no ranking da UEFA. O problema da sustentabilidade estende-se à Liga 2 e a um futebol também despido de recursos e de adeptos nas bancadas», apontou, imediatamente após terem sido revelados os resultados do ato eleitoral.

O antigo presidente da AF Algarve sublinhou que não vai «pintar uma realidade paralela» e é a partir do cenário que traçou que vai começar a trabalhar.

«Este é o nosso ponto de partida e é a motivação que nos leva de imediato para o terreno. Os problemas estão identificados e têm de ser resolvidos, contando com as Sociedades Desportivas e com o empenho dos colaboradores da Liga. É preciso concretizar. Quero deixar uma palavra para todas as pessoas que fazem parte desta casa, às quais reconheço máxima competência e valores. Sou parte de vós e conto totalmente convosco. Juntos, ao serviço do futebol nacional, representando todas as Sociedades Desportivas, com o apoio da FPF e de todos os nossos parceiros, estou absolutamente seguro de que iniciaremos um tempo novo. Juntos, vamos construir uma Liga para todos e faremos história», disse ainda.

O novo presidente da Liga preferiu não abordar a polémico que envolveu o presidente da FPF, Pedro Proença, e o presidente do COP, Fernando Gomes. Reinaldo Teixeira salientou a união entre as instituições e que tem o objetivo de que haja um discurso positivo no futebol.

«Quem é eleito para este tipo de cargos tem de estar preparado para algumas coisas que não corram menos bem e para lidar com algumas pressões. Penso que a resposta foi clara. Esta é a casa do futebol profissional e com a sua independência, em conjunto com as Sociedades Desportivas e com a FPF, tudo faremos para conseguir que falemos de futebol e de uma modalidade que é tão intrusiva nas pessoas e tentemos aportar discurso positivos. Queremos promover os jogadores, os treinadores, os bons golos, as boas defesas, os bons passes e tentemos olhar para o que foi menos bem feito e corrigir no futebol. Falemos de coisas que valorizem o que tanto amamos», atirou.

Reinaldo Teixeira, que tomará posse a 16 de abril, concluiu a intervenção junto dos jornalistas com a mensagem de que a Liga «é para todos».

«Se a Liga é para todos, é para todas as classes. A minha missão é servir o futebol com o conhecimento que adquiri ao longo de quase 30 anos nesta casa, 40 no futebol. Temos a responsabilidade de aportar valores, princípios e mensagens positivas», terminou.