Roma «Reforma? Descansem: vão continuar a ver-me por muitos anos»
O português José Mourinho, treinador da Roma, que na quarta-feira, dia 31, joga a final da Liga Europa UEFA diante do Sevilha (Espanha) na Arena Puskás, em Budapeste, na Hungria (20 horas de Portugal continental) depois de ter vencido a Liga Conferência em 2022, desenganou esta segunda-feira os que anseiam pela sua reforma da carreira e elogiou o clube e a cidade onde trabalha, que classificou como «um estado de espírito, um estado mental [à parte dos restantes]».
«Nestas situações [vésperas de finais europeias, e já é a nona do técnico ao leme de clubes], não penso muito no que já ganhei na minha carreira. O passado e a história não podem ser apagados, mas olho sempre… é para o futuro. É essa a minha filosofia. Ando há muitos anos no futebol, mas esta é uma nova final para mim», afirmou José Mourinho esta segunda-feira, em entrevista à Sky Sports.
«Agora já não penso no que posso ganhar, mas apenas na felicidade que posso proporcionar aos adeptos da Roma. É uma cidade que vive e respira futebol. Roma é um estado de espírito, um estado mental [à parte dos demais]: há um sentimento de inclusão, de pertença, de te sentires parte de alguma coisa», afirmou o técnico português.
«Retirar-me? Continuo a dar tudo! Não estou preparado para me reformar [da carreira de treinador]. De todo! Há tantos anos que ando no futebol que as pessoas pensam que já estou velho. Se calhar é por verem os meus cabelos brancos, mas não me considero velho o suficiente para ficar por aqui. Descansem, vão continuar a ver-me por muitos anos», prometeu o ‘Special One’, de 60 anos.
«Muitas vezes esquecemo-nos que a coisa mais importante, não só no futebol, são as relações humanas. E posso falar pelos meus jogadores: damos tudo dentro e fora de campo! Penso que é por esta atitude que os fãs da Roma nos respeitam tanto e têm enorme empatia connosco», considerou Mourinho, que, recorde-se, venceu todas cinco finais de provas da UEFA ao leme dos clubes que disputou, duas por FC Porto (UEFA 2003 e Champions 2004), uma pelo Inter de Milão (Champions 2010), outra pelo Man. United (Liga Europa 2017) e a Liga Conferência na Roma (2022) – ‘pedra no sapato’ as três finais da Supertaças Europeia, todas perdidas.
«Trabalhamos no duro todos os dias para construir a história da Roma! Duas finais europeias em anos seguidos é algo que só grandes clubes, com grande história, normalmente conseguem. E mesmo para ele [atingi-las, e mais vencê-las] não é fácil. Termos atingido este desiderato é muito importante», concluiu, cirúrgico, o mestre dos ‘mind games’.