Quenda convenceu e Amorim decidiu: fica no plantel!
Jovem de apenas 17 anos não se intimidou no primeiro teste a doer, diante do FC Porto, fez história na estreia oficial e recebeu muitos elogios. Investiu várias horas a estudar os movimentos da equipa e superou as (melhores) expetativas. A BOLA explica as razões para a tomada de decisão do treinador leonino
Perante os desempenhos menos convicentes de Debast e Kovacevic, as caras novas do leão versão 2024/2025, o 'reforço' que mais brilha (e impressiona...) neste arranque de temporada dá pelo nome de Geovany Quenda. Um nome que já entrou no léxico dos adeptos leoninos. Um menino da casa, de apenas 17 anos (cumpridos no passado mês de abril), um talento Made in Alcochete que, ao contrário do que a lógica obriga no processo de formação, teima em tentar queimar etapas do seu crescimento fruto de um rendimento e uma maturidade acima da média para a tenra idade.
E se nos jogos de pré-época os sinais já eram muito positivos — e que teve como ponto alto a apresentação da equipa em Alvalade onde foi uma das figuras do jogo com o Athletic Bilbao (3-0) — a expetativa estava colocada assim que fosse uma das soluções num jogo a doer. Como aquele que marcou a sua estreia na equipa principal. Diante do FC Porto, numa Supertaça, na qual teve a oportunidade de voltar a estar à prova, desta vez num teste de exigência máxima. E se o resultado coletivo não foi o melhor, com os leões a perderem, de forma quase dramática e inesperada, uma vantagem de três golos, Quenda foi uma das boas notícias. Passou no teste, tornou-se no mais jovem de sempre a estrear-se num clássico e a marcar num contexto de Supertaça. Com exibição segura, personalizada e que reforçou a intenção de Amorim o preservar entre o núcleo duro.
A resposta não podia ser melhor e, ao que A BOLA apurou, Quenda cumpriu mesmo todos os requisitos exigidos por Rúben Amorim para, nesta fase, não voltar aos escalões de formação: desde logo porque não se atemorizou com a surpreendente aposta, mostrando-se imune à pressão, habituado a um nível de competição mais exigente que, até esta altura, só tinha encontrado nas camadas jovens das seleções finais, nomeadamente em fases finais de europeus.
Fora do campo, todo o trabalho que vem sendo feito, ao que foi possível apurar, também foi importante para somar pontos na confiança. Ele que investiu várias horas a estudar os movimentos da equipa, o que o treinador preconizava para ele, mostrando-se, em algumas ocasiões, obcecado com o trabalho e perfeição dos movimentos com e sem bola. Neste momento, mesmo sabendo que deverá voltar a perder espaço assim que Nuno Santos recuperar de lesão, Quenda quer aproveitar ao máximo a oportunidade para poder absorver ainda mais a filosofia de Rúben Amorim. Esta derrota, deixando marcas, fica a certeza de que não influenciará a desejada presença na equipa principal. Quenda é aposta e está a dar passos firmes numa afirmação, estando, nesta altura, na frente, por exemplo, de Ricardo Esgaio...
Jovem enviou mensagem aos adeptos
A ressaca do leão após a derrota na Supertaça foi pesada, mas a mensagem, a começar pelo próprio treinador assim que terminou a partida, foi clara: não há tempo para lamentos e o foco tem de passar já para o primeiro obstáculo na Liga, o Rio Ave, jogo marcado para a próxima sexta-feira, em Alvalade. Palavras que foram também transportadas para o plantel, nomeadamente para o jovem ala leonino que aproveitou para deixar uma mensagem de confiança aos adeptos nas redes sociais.
«Não foi o resultado que todos queríamos. Vamos trabalhar para voltar mais fortes. Obrigado pelo vosso apoio», escreveu o jovem leão, numa publicação que mereceu muitos elogios não só de adeptos, como de colegas e ex-colegas.
Chermiti, outro produto formado em Alcochete e que na época passada rumou ao Everton (Inglaterra) apelidou Quenda de «diamante», enquanto Diogo Pinto, guarda-redes que vem sendo aposta na equipa B, respondeu apenas com uma palavra. «Diferenciado». Jovane Cabral, entre muitos outros, deixaram palavras de incentivo.