Quem é o militar assassinado por ordem de Trump que fez adiar o jogo do Al Ittihad
Nuno Espírito Santo (Twitter Al Ittihad)

Quem é o militar assassinado por ordem de Trump que fez adiar o jogo do Al Ittihad

INTERNACIONAL02.10.202318:57

Qasem Soleimani foi morto em 2020 num ataque aéreo ordenado pelo antigo presidente dos EUA

Em janeiro de 2020, quando Donald Trump admitiu ter dado a ordem final para o ataque no qual morreu Qasem Soleimani, um destacado comandante militar iraniano, o embaixador do Irão nas Nações Unidas disse que com aquele ato, os EUA estavam a «iniciar uma guerra».

O alerta não se confirmou. E o ataque apenas serviu para adensar as tensões entre os dois países.

Cerca de três anos e meio depois, o ocidente volta a ouvir o nome de Qasem Soleimani. E de forma mais inesperada.

Tudo porque foi por causa de Qasem Soleimani que o Al Ittihad se recusou a subir ao relvado num jogo da Champions asiática.

A notícia tem impacto porque se trata do clube saudita treinado pelo português Nuno Espírito Santo e no qual jogam nomes como Karim Benzema, N’Golo Kanté, Fabinho ou o português Jota. 

Mas afinal, quem foi Qasem Soleimani?

O homem que quando morreu era o braço direito de Ali Khamenei, líder supremo do Irão, é considerado um herói nacional no seu país, um homem carismático considerado ainda em vida como «mártir vivo da revolução».

Líder da força revolucionária responsável pelas operações internacionais iranianas, Soleimani destacou-se inicialmente na guerra com o Iraque, no início da década de 1980. Foi crescendo no seio militar iraniano e era considerado o estratega de toda a operação militar no Iraque e na Síria.

Ao longo do tempo, tornou-se num dos homens mais poderosos do Irão… e passou a ser considerado um criminoso de guerra pela comunidade internacional.

Aquando da sua morte, foi acusado pelos EUA de ser «responsável pela morte de centenas de mortos de americanos e aliados e por deixar feridos outros milhares», de acordo com a CNN.

Segundo investigações norte-americanas, em 2011 Soleimani esteve envolvido na tentativa de assassinato do embaixador saudita nos EUA, Adel Al-Jubeir, num café em Washington, sendo essa uma das razões que pode ajudar a justificar a recusa do Al Ittihad em ser «recebido» num campo com uma estátua que homenageia Qasem Soleimani.