Qarabag-SC Braga: as grandes batalhas são dadas aos grandes guerreiros

O SC Braga (ainda) está em condições de continuar na Europa do futebol. A noite desastrosa vivida faz hoje uma semana, na Pedreira (2-4), já faz parte do passado, é certo, mas deve estar bem viva na memória de todos os jogadores e restante estrutura dos arsenalistas para que os erros cometidos no encontro da primeira mão deste play-off da Liga Europa não se repitam esta tarde.

Só assim, com uma resposta à altura da dimensão que os bracarenses tanto fizeram por granjear nos últimos anos, o conjunto orientado por Artur Jorge pode continuar na alta roda internacional na temporada em curso.

Por vezes, mais do que perder, é a forma como se perde. E no primeiro jogo com a formação azeri, o SC Braga perdeu... bem. Porque a equipa portuguesa esteve muito longe do que já demonstrou esta época, não fez, de todo, um bom jogo, e os números da goleada ainda podiam ter sido mais expressivos, não fosse o adversário ter perdido algumas situações de finalização que conseguiu construir através de lances de transição rápida. E isto sem esquecer o penálti convertido por João Moutinho, já em período de compensação, que deu um pouco mais de intensidade ao foco de luz de esperança que os guerreiros do Minho transportaram na bagagem para o Azerbaijão.

As feridas dessa (inesperada) derrota caseira com o Qarabag foram, entretanto, saradas. Os minhotos receberam, apenas três dias depois, o Farense, num encontro relativo à 22.ª jornada da Liga, e venceram por 2-1. A exibição também esteve longe de agradar aos adeptos, mas a verdade é que o principal objetivo, a conquista dos três pontos, foi garantido.

E como qualquer treinador gosta sempre de sublinhar, é sempre mais fácil trabalhar depois de vitórias. A questão passa por perceber se o (pouco) tempo de trabalho - além dos jogos de três em três dias é também importante sublinhar que a viagem para o Azerbaijão durou cerca de sete horas, o que tem reflexos naturais no estado físico dos jogadores - foi suficiente para preparar a importante partida de hoje. E só a resposta dos jogadores em campo dará essa... resposta.

Uma coisa é certa: em condições normais, o SC Braga é superior a este Qarabag. Tanto no plano coletivo, como nas individualidades. Mas isso, por si só, não ganha jogos. Tal como, de resto, ficou provado no encontro da primeira mão. Será, pois, necessária uma grande resposta dos arsenalistas esta tarde. As possibilidades de seguir em frente na Liga Europa são reais, mas é preciso... pedalar muito.

SC BRAGA

Equipa provável (4x2x3x1): Matheus; Víctor Gómez, José Fonte, Niakaté e Borja; Vítor Carvalho e João Moutinho; Roger Fernandes, Rodrigo Zalazar e Abel Ruiz; Simon Banza

Lesionado: Ricardo Horta

Castigados: -

Ricardo Horta continua a ser a grande ausência dos bracarenses, pelo que Artur Jorge terá de pensar em alternativas para os flancos. Bruma pode ser uma das opções, uma vez que o extremo está de regresso ao lote dos disponíveis, não sendo, no entanto, crível que possa jogar de início. A boa exibição de Roger Fernandes diante do Farense deve valer-lhe a continuidade no onze, sendo que na outra ala pode atuar Abel Ruiz, ambos no apoio a Simon Banza.

Costuma dizer-se que as grandes batalhas são dadas aos grandes guerreiros. Nem de propósito. Os guerreiros do Minho têm uma excelente oportunidade para reforçar essa tese e provarem que a exibição e o resultado da primeira mão foram apenas um percalço no caminho. Que se quer duradouro. Para bem do SC Braga e, é bom não esquecer, para bem do futebol português. Não nos esqueçamos que todos os pontos somados na Europa são importantíssimos para o ranking. Vamos a eles, bracarenses!