ENTREVISTA A BOLA «Primeiro golo em Inglaterra ao City de Guardiola é marcante»
Rodrigo jogou contra os melhores em Espanha, Messi e Ronaldo, em Inglaterra marcou aos melhores, cortesia da Premier League
— Teve oportunidade de jogar com os melhores e de marcar às melhores equipas inglesas na Premier League. Esteve três temporadas no Leeds, foi um tempo saboroso da sua carreira?
— Sim, essas três temporadas foram muito positivas para mim, gostei muito da experiência de jogar na Premier League, infelizmente no último ano não conseguimos o objetivo de permanecer na Premier, mas foi experiência pessoal e profissional muito valiosa, fiz grandes amigos, pude jogar, naquela que é hoje e com muita diferença, pelo menos na minha opinião, a liga mais forte e poderosa a nível mundial. Só posso agradecer ao Leeds pela oportunidade que me deu de participar, mais a mais fazendo parte de uma equipa histórica do futebol inglês. Com certeza é etapa da minha vida e da minha carreira que vou guardar sempre com muito carinho.
— Trabalhou com um treinador muito especial, Marcelo Bielsa.
— É, sem dúvida, um treinador bem especial na maneira de trabalhar, na maneira de ser também, mas como aconteceu com todos os treinadores tentei aprender o máximo possível e logicamente evoluir em função do que cada treinador exige para as suas equipas.
— Fez muitos golos, ao Liverpool de Jurgen Klopp e ao Manchester City de Guardiola, por exemplo. Recorda os mais especiais?
— O primeiro golo que marquei foi contra o Manchester City e ainda por cima em casa, em Elland Road. A minha primeira temporada foi muito estranha, muito marcada pelo 'lockdown' [confinamento], por causa do Covid-19, jogámos praticamente a época inteira sem público, creio que só houve nos últimos dois ou três jogos. Realmente é uma grande diferença do campeonato inglês para os outros, que pude desfrutar nas duas épocas seguintes. O primeiro golo marca sempre bastante e há uma vitória também sobre o Chelsea, em casa, 3-0, foi momento marcante para todos, para mim, para o clube, para os adeptos.
— Houve um momento em que o Leeds ‘voava’, com jogadores como Rodrigo e Raphinha, que está agora no Barcelona.
— Sim, a primeira temporada foi muito boa, tanto a nível pessoal como coletivo, na segunda temporada houve alguma dificuldade para conseguir objetivos, com trocas de treinadores, conseguimos ainda assim a permanência, infelizmente no último ano não foi possível. Mas foi como disse, guardo grandes recordações e só tenho a agradecer ao Leeds e às pessoas de Leeds pela forma como me trataram durante o tempo em que morei na cidade.
— Vestiu a camisola da seleção de Espanha, o que lhe permitiu jogar por uma das melhores seleções do Mundo.
— Com certeza, tive a sorte de poder participar em várias etapas da seleção, de participar em torneios importantes, sub-20, sub-21, Jogos Olímpicos, Mundial, estou muito grato à seleção, consegui nessa última presença fazer parte do grupo que conquistou a Liga das Nações, foi etapa importante e de muita exigência, poder coincidir com vários nomes da história do futebol, Sérgio Ramos, Piqué, Iniesta, Busquets, vários jogadores que sempre admirei, de quem sempre fui fã, poder partilhar com eles o dia a dia foi algo muito especial para mim.
— Em Inglaterra teve novamente a oportunidade de estar perto de Thiago Alcântara, que se mudou para Liverpool. Têm uma longa história a ligá-los.
— Sim, voltámos a reencontrar-nos em Inglaterra. Já nos conhecemos desde criança, jogámos juntos no Brasil, quando fomos viver para Espanha também, jogámos juntos nos diferentes escalões das seleções espanholas, chegámos até à principal, fomos também juntos ao Mundial de 2018 e voltámos a ver-nos em Inglaterra, depois de muito tempo, e foi bem especial poder passar tempo com ele, fora do mundo do futebol. Não morávamos demasiado longe, conseguíamos encontrar-nos de vez em quando. Foi também momento bem grato, bem positivo, que guardo dessa época na Premier League.