Mundial Feminino-2023 Portugal - Vietname: A crónica
Que emoção é ver esta Seleção já com o seu lugar na história
Vietname derrotado com exibição que teve momentos de grande classe. Resultado poderia ter sido bem mais expressivo, mas desperdício foi gritante. Na corrida pelos oitavos de final
Hamilton voltou a ser o nosso teatro dos sonhos cinco meses depois, ali, nos antípodas, voltou a Seleção a cintilar, agora diante do Vietname, com exibição superior que mantém a qualificação para os oitavos em aberto.
Sim, estimado leitor, é um gosto ver estas Mulheres, que tanto lutaram para aqui chegar, a jogar futebol, a desenhar lances de génio - veja-se e reveja-se a forma como foram gizados os golos -, a encher o campo com inexcedível entrega, a merecer todas a conquistas e encómios que lhe são tributados. Não, as asiáticas não têm a dimensão dos Países Baixos, mas compensam essa fragilidade com um espírito guerreiro que obriga quem as defronta a nunca perder o norte. Assim foi esta quinta-feira. A Seleção Nacional, no mesmo desenho mas revolucionada com sete caras novas em relação ao jogo com as neerlandesas, numa prova de confiança imensa de Francisco Neto - e só Rute Costa ainda não somou minutos -, desmontou com mestria e amiúde com classe o 5x4x1 vietnamita. Até começar a acusar algum desgaste, mas sem nunca perder o controlo do desafio.
A única coisa que pode ser apontada à equipa é o fraco aproveitamento: em 28 remates só nove, pouco mais de 32 por cento, acertaram na baliza, muito pouco, sobretudo, quando agora, numa frase já muito lida e ouvida, é preciso tornar possível o impossível. Portugal chega à derradeira ronda com o apuramento na mão mas tem de vencer os Estados Unidos e marcar um golo às bicampeãs do Mundo, um par de coisas que nunca conseguiu - ou empatar e esperar que os Países Baixos percam com o agora eliminado Vietname... Seja qual for o desfecho, porém, esta Seleção já é a campeã do nosso mundo e só pode emocionar-nos vê-la num lugar na história. Por esta geração, pela que a antecedeu, por aquelas que lhe sucederão.
A árbitra - Salima Mukansanga
A ruandesa de 35 anos e o VAR cometeram erro grosseiro: Jéssica foi agarrada por Thi Loan (67’) pelo que ficou por marcar um pontapé de penálti. No capítulo disciplinar, o amarelo mostrado a Ana Borges pareceu exagerado.
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