17 junho 2024, 18:58
O mérito de Ronaldo, a roupa e o cognome: tudo o que disse Roberto Martínez
A conferência de imprensa de antevisão do selecionador de Portugal, antes da estreia no Europeu, frente à Chéquia
Seleção Nacional entra em ação com o estatuto de candidata ao título e com uma das melhores gerações da história; do lado checo existe um novo técnico determinado em implementar a sua ideia à medida que avança na competição
Finalmente! Chegou a hora de Portugal entrar em ação no grupo F do Euro 2024! É diante da Chéquia - adversário que é velho conhecido nestas andanças das fases finais - que a turma das quinas se estreia naquela que é a maior competição de seleções do Velho Continente.
Será em Leipzig, pelas 20 horas, que os comandados de Roberto Martínez darão início à nona participação lusa num Campeonato da Europa, num percurso que se espera que comece com uma vitória esta terça-feira e que só termine no próximo dia 14 de julho, em Berlim, de preferência com o troféu de campeão europeu a ser erguido pelo capitão Cristiano Ronaldo.
O histórico de confrontos entre Portugal e Chéquia foi escrito precisamente em Campeonatos da Europa. Entre a chapelada de Poborsky a Vítor Baía, que eliminou Portugal do Euro 1996, em Inglaterra, e a vingança de Ronaldo, a deitar por terra as aspirações checas, em 2012, as duas seleções defrontaram-se em fases finais de um Euro por três ocasiões (1996, 2008 e 2012), acrescentando a estas mais dois embates a contar para a Liga das Nações, em 2022.
Os que se socorrem da estatística antes dos grandes jogos ficarão satisfeitos por constatar que Portugal venceu o primeiro adversário deste Europeu por quatro vezes, com a última a ter contornos de goleada.
Em Praga, a 22 de setembro de 2022, em jogo da Liga das Nações, os golos de Dalot (2), Diogo Jota e Bruno Fernandes - todos presentes entre os 26 convocados para disputar esta edição da prova - mostraram então que a armada lusa é um osso duro de roer e que só uma Chéquia ao mais alto nível poderá poderá fazer estragos na ambição lusitana.
PORTUGAL
Hoje é o dia de colar 10 milhões de portugueses junto à televisão, para vibrarem com uma Seleção que nos faz sonhar com a conquista de um novo título europeu. Depois de uma qualificação em que não registou qualquer derrota e na qual foi a Seleção que mais pontos amealhou, Portugal chega a solo germânico de peito cheio e a saber que tem qualidade individual mais do que suficiente para se colocar por entre as crónicas candidatas ao cetro europeu, como França, Alemanha, Espanha ou Inglaterra.
Portugal voltou a instalar o seu quartel-general em Marienfeld, repetindo a presença do Mundial 2006, e nos últimos dias tem ficado bem à vista o forte apoio da comunidade portuguesa, a fazer sentir que a Seleção Nacional irá jogar em casa ao longo da competição. Roberto Martínez sabe, até tendo como exemplo o que se viveu em Marcoussis, França, no ano de 2016, que a chave para o sucesso ou insucesso também poderá residir na forma como irá tirar partido desta onda de apoio e instrumentalizá-la dentro das quatro linhas.
O conturbado Mundial 2022 ditou a saída de Fernando Santos, selecionador que nos guiou à conquista do Euro 2016 e da Liga das Nações em 2019, e trouxe para o leme da equipa das quinas Roberto Martínez, técnico espanhol que colocou a Bélgica no primeiro lugar do ranking FIFA, mas que, ao mesmo tempo, foi alvo de críticas por não ter conseguido conduzir a melhor geração de jogadores da história dos diabos vermelhos a qualquer título.
17 junho 2024, 18:58
A conferência de imprensa de antevisão do selecionador de Portugal, antes da estreia no Europeu, frente à Chéquia
A fase de qualificação para este Europeu mostrou a melhor face de Cristiano Ronaldo e os 10 golos marcados em outros tantos jogos relançaram o debate sobre se o avançado do Al-Nassr será a referência no ataque luso. Mas a avaliar pelo último jogo de preparação, com a República da Irlanda, tudo indica que sim.
O outro grande ponto de interrogação reside no sistema de jogo com o qual a armada lusa irá enfrentar a Chéquia.
Seja em 3x4x3 ou em 4x3x3, Portugal sente-se confortável e tem dinâmicas bem trabalhadas, porém, a escolha final do selecionador será sempre condicionada pelos jogadores que irá lançar no terreno de jogo.
Se na baliza Diogo Costa não gera quaisquer dúvidas, no centro da defesa levanta-se a dúvida: Pepe, António Silva e Inácio, qual deles irá fazer dupla com Rúben Dias - se a escolha for o 4x3x3? No meio-campo, Vitinha ou João Neves, este último a permitir maior liberdade a Bruno Fernandes? E com a Chéquia a poder apresentar um bloco baixo, Martínez quererá recorrer a Rafael Leão ou João Félix em detrimento de Diogo Jota? As respostas para tantas perguntas serão dadas mais logo...
A figura: Cristiano Ronaldo
Depois do Mundial 2022 quase ter pré-anunciado o fim do percurso na Seleção Nacional, a excelente qualificação que Cristiano Ronaldo assinou foi a prova (mais uma) que não há impossíveis para esta lenda do futebol. Aos 39 anos, o melhor marcador da história em fases finais de Europeus chega à sua sexta presença na prova rainha do Velho Continente e tudo fará dentro e fora de campo para ajudar Portugal a conquistar aquilo que todos os portugueses ambicionam.
17 junho 2024, 18:58
A conferência de imprensa de antevisão do selecionador de Portugal, antes da estreia no Europeu, frente à Chéquia
Onze provável: Diogo Costa; João Cancelo, Pepe, Rúben Dias e Nuno Mendes; Bruno Fernandes, Palhinha e Vitinha; Bernardo Silva, Cristiano Ronaldo e João Félix.
Lesionados:-
Castigados:-
CHÉQUIA
Garantida a qualificação, a Chéquia perdeu o selecionador Jaroslav Silhavy ao fim de cinco anos e é de cara lavada que chega ao Euro 2024. Ficou em segundo lugar do grupo E, em igualdade pontual com a Albânia. O caminho dos checos até à Alemanha ficou manchado pelo escândalo a envolver Jakub Brabec, Coufal e Jan Kuchta, que deixaram um estágio da seleção durante a noite para irem a uma discoteca, episódio que terminou com o despedimento de Jaroslav Silhavy.
Depois chegou ao leme da Chéquia Ivan Hasek, que traz consigo a imprevisibilidade sobre o que poderá aportar a esta equipa numa competição desta dimensão, para além de ter obrigado a deitar para o lixo boa parte dos apontamentos que foram recolhidos ao longo da fase de qualificação.
O pleno de vitórias frente a Noruega (2-1), Arménia (2-1), Malta (7-1) e Macedónia do Norte (2-1) mostra que os checos podem oferecer a Portugal dificuldades de alguma forma inesperadas.
Numa equipa cuja espinha dorsal alinha nos dois principais emblemas de Praga, o Slavia e o Sparta, a Chéquia poderá entregar a iniciativa do jogo a Portugal, plano em que se sente confortável, explorando depois as transições para tentar ferir a equipa lusa.
A figura: Soucek
O capitão da Chéquia é o rosto de uma equipa não tão recheada de qualidade individual como as gerações anteriores, porém, é muito coesa no seu bloco e tem consciência que pode ser surpresa positiva neste Euro 2024. O jogador do West Ham pode não ser um mágico ao estilo dos muitos com os quais Portugal conta na sua lista de 26, porém, representa o espírito combativo a que a Chéquia sempre habituou os adeptos.
17 junho 2024, 15:36
Palavras do selecionador da Chéquia, Ivan Hasek: «Se só defendermos, não teremos sucesso. Seria mais fácil ir já embora!»
Onze provável: Stanek; Hranac, Zima e Krejci; Coufal, Holes, Soucek e David Jurasek; Provod, Patrik Schick e Kuchta
Lesionados:
Castigados: