Portista Deniz Gul no epicentro de disputa entre Suécia e Turquia

Atualmente ao serviço dos sub-21 nórdicos, atacante do FC Porto tem sido seduzido com a oportunidade de saltar para a seleção principal da nação do seu pai. Turcos assumem a vontade de ter o portista através do vice-presidente da Federação, Ceyhun Kazancı

Deniz Gul está no epicentro de uma disputa silenciosa entre a Suécia e a Turquia. Ou mais ou menos silenciosa, porque da parte da Turquia não se faz segredo quanto ao desejo de ver o portista representar a seleção principal daquele país. Uma vontade que se intensificou com a transferência do atacante para o FC Porto, no último verão. Esta semana, os meios de comunicação turcos deram voz ao vice-presidente da Federação turca, Ceyhun Kazancı, que confirmou que o avançado faz parte de um grupo de jogadores que interessa puxar para a seleção A

.«O nosso objetivo número um é expandir o grupo da seleção nacional. As nossas conversas com Deniz Gul continuam», assumiu aquele dirigente. Não é de agora a tentativa da Turquia de seduzir Gul. O sueco recusou uma primeira aproximação no sentido de ser chamado aos sub-21 da Turquia, optando pela Suécia, na fase em que o seu estatuto no Hammarby estava consolidado.

Nascido em Estocolmo, há 20 anos, fruto de uma união entre pai turco e mãe sueca, o atacante tem parte significativa da família na Turquia. Fala a língua fluentemente e passa regularmente férias no país do progenitor. Contudo, na hora decidir que país quis representar, nunca teve dúvidas em escolher a Suécia. Claro que isso pode mudar no futuro e os turcos têm a paciência necessária para esperar pelo melhor momento.

O melhor momento será, necessariamente, quando o ciclo de Gul nos sub-21 terminar. Se as portas da seleção principal da seleção nórdica se abrirem, a Turquia ficará certamente para trás. Para a Suécia não deixa, contudo, de ser um tema desconfortável.

Jogadores com passagens pelos escalões jovens da Suécia decidiram, mais tarde, representar outros países. Casos de Saman Ghoddos, avançado ex-Brentford, agora no Al Ittihad Kalba, dos Emirados, que optou pelo Irão, e Anel Ahmedhodzic, central do  Sheffield United, que escolheu a Bósnia. «Não é incomum surgirem relatos sobre jogadores que têm a opção de escolher outro país que demonstre esse interesse, está sempre a acontecer. Não li nem ouvi nada sobre isso, mas o facto de Deniz Gul fazer parte da nossa selecão sub-21 significa que ele compreende que também está muito bem connosco», defendeu Stefan Pettersson, diretor técnico das seleções da Suécia, citado pelo portal Fotbolldirekt.

 «Estamos bastante seguros», insiste, mas não deixa de apontar um estudo que levanta sérias questões no futuro: «Sabemos o que temos que melhorar e que devemos estar constantemente atentos. Mais de metade dos nossos jogadores masculinos com 15 anos ou mais podem escolher outro país e, claro, estamos cientes disso.»