Barcelona Piqué e o Caso Negreira: «Há maneiras mais fáceis de comprar árbitros, levas um envelope e pronto»

O antigo jogador do Barcelona Gerard Piqué diz colocar «as mãos no fogo» pelo Barcelona no caso de alegada corrupção que está a abalar o clube.

Vários ex-dirigentes do Barça, e também o próprio clube, são acusados de corrupção e fraude desportiva - em causa estão 7 milhões de euros que, entre 2016 e 2018, saíram dos cofres do clube e entraram nas contas de uma empresa ligada a José María Negreira, antigo árbitro catalão (entre 1975 e 1992) e ex-vice-presidente do Comité Técnico de Arbitragem (entre 1994 e 2018), que dizia fornecer ao clube relatórios com os perfis dos árbitros.

Piqué estava na equipa nos anos referidos, mas diz que nunca recebeu qualquer informação, admitindo, no entanto, que poderiam existir relatórios para os treinadores.  

«Não sabíamos de nada [os jogadores]. Acho que esses relatórios são mais para o treinador e para os técnicos. Os jogadores já conhecem os árbitros, mas não conheci Negreira. Por vezes vinham treinadores de fora e precisavam de ajuda para saber o perfil de cada árbitro. Como jogadores, não tínhamos nenhuma informação. Coloco as mãos no fogo pelo Barça: nenhum árbitro foi comprado. Se quiseres fazê-lo há maneiras de o realizar por baixo da mesa, com dinheiro indetetável, é mais simples do que ir a um vice-presidente. Não faz sentido. É muito fácil – encontras-te com a pessoa, dás-lhe um envelope e pronto. A partir daí estamos acostumados com conspirações», referiu em entrevista à rádio RAC1.

«Por mais que a queiram denegrir… é uma época tão dourada…já não é tanto o que ganhámos, mas como foi ganho. Podem rever, escrutinar tudo. Fomos muito, muito superiores, não dependíamos dos árbitros. É verdade que o Ministério Público está a investigar, mas confio no clube», completou.