Pinto da Costa: «Por mim, Conceição ficava até morrer»
Presidente esteve esta noite com os dragões de Vila Verde
Pinto da Costa visitou esta noite os adeptos do FC Porto de Vila Verde, onde deu a conhecer as linhas-mestras do seu programa para o quadriénio 2024-2028 caso seja eleito para o 16.º mandato consecutivo.
Agradecimento: «As minhas primeiras palavras têm de ser de enorme agradecimento pela vossa receção. Ainda estava no carro e vi uma coisa que nos deve nortear a todos. Estava alguém com um cartaz a dizer: 'O FC Porto acima de tudo'. É uma grande emoção estar aqui, porque sei que há uns anos esteve aqui o meu irmão, professor Pinto da Costa, a dar uma aula e sei o quanto gostava fazer isso. Só vinha a sítios que realmente lhe diziam alguma coisa. Fico muito feliz por poder estar no lugar onde ele esteve.»
Recandidatura: «Porque é que me recandidatei? Se sou o presidente mais titulado do mundo, se o FC Porto venceu perto de 2600 títulos nos meus mandatos, sete deles internacionais, porque é que me candidatei? A minha família achava que não o devia fazer. Admiti que podia não o fazer. Mas quando vi, na apresentação de outro candidato, as pessoas que estavam na primeira fila, pensei assim: 'Isto é uma OPA ao FC Porto'. Quando vi na primeira fila a pessoa que mais odeia o FC Porto, o senhor Joaquim Oliveira, com camarote em Alvalade, pensei e vi logo o que estava por trás dessa candidatura. Não sei se viram um documentário que fizeram sobre a minha vida. Foram ouvidas muitas pessoas, vi tantos elogios que cheguei a pensar que já tinha morrido. Curiosamente, dos maiores elogios foi o candidato Villas-Boas. Fê-lo espontaneamente nesse programa. Depois, na apresentação, disse que eu era o presidente dos presidentes, que merecia todas as mordomias, que ficava na história... A partir do momento em que me candidatei, já não servia de nada, tudo o que fiz foi mal feito. Não fizemos nada, 68 títulos não é nada, deviam ser 200... Tudo é criticado. As pessoas que estiveram sempre comigo são ofendidas, entram nas vidas pessoais com mentiras e a denegrir as pessoas. Vi e pensei que realmente tenho uma obrigação perante o FC Porto.»
Críticas a André Villas-Boas: «Na outra campanha dizem mal de tudo e todos. Na minha campanha, só lembro isto: FC Porto acima de tudo. E como é o FC Porto acima de tudo, não responderei a insultos, porque tenho sido insultado. Não vou responder. Para mim, o que interessa é o FC Porto. Se vencer o FC Porto, no dia a seguir, a minha preocupação será de imediato voltar a unir a massa associativa e os adeptos. Não vamos ofender ninguém, isso era dar importância a quem não merece. Eu e os meus parceiros têm sido difamados miseravelmente. Esse candidato não me serve a mim e não servirá a vocês, claramente. A minha preocupação será unir a massa associativa. Esses insultos e difamações não vêm da cabeça deles. Vêm dos ideólogos da Cofina e da Olivedesportos. Mas os que votarem em mim e os que não votem, serão todos a alma do FC Porto. Dedico a minha vida a quem tem paixão pelo FC Porto, não é para quem tem a ganância dos direitos televisivos e essas coisas.»
VAR não viu Di María bater no Pote, mas expulsou Pepe contra o Vitória e contra o Sporting. O que tem a dizer? “O meu amigo está enganado, porque parece que nesse jogo não houve VAR...»
Villas-Boas falou consigo quando saiu do FC Porto? «Nunca falou comigo. Quando falou comigo estava de férias e o sr. Antero Henrique disse que ele viria a sua casa, que precisava de falar connosco. Disse-me que ia para o Chelsea. Só tinha de dar o nosso NIB ao Chelsea para transferir o que tinham de pagar.»
Para quando jogos do FC Porto no Porto Canal? “Gostava muito, mas nós, pelo menos, damos as repetições. Se calhar um dia vamos poder combater essas coisas. Neste momento damos a repetição, o pré e o pós-match.»
Academia na Maia: «É um orgulho para o FC Porto, vai ser um orgulho para o clube, era uma necessidade premente que o FC Porto tinha. Vamos ter uma academia com 10 campos, com um pavilhão para exercícios do futebol, um hotel que dá para 140 jovens, um restaurante que dá para servir 500 refeições em simultâneo... Várias coisas estão previstas. É uma obra fantástica do arquiteto que fez o nosso estádio e o nosso grande pavilhão. Não vos vou contar os entraves que nos têm sido postos para tentar que não levemos a obra a bom porto. Mas não interessa. A nossa determinação é tal que as máquinas estão lá a trabalhar. Foi interrompido durante 24 horas, não se sabem bem porquê, e vai ser uma realidade.»
Atual plantel: "Temos de ter equipas mais fortes no futebol. Tentam denegrir a nossa equipa, mas há jogadores da seleção do Brasil, de Portugal, da seleção argentina e dos sub-21 de Espanha. Se isto não é um bom plantel... Digam-me onde está. Mas queremos mais e melhor. Temos ambições que podem achar impossíveis, mas em 1982 pus no programa que íamos a uma final europeia. Acreditei e fomos. Perdemos em 1984, mas em 1987 fomos e ganhámos.»
Aposta no futebol feminino e no futsal? «No futebol feminino será de imediato. Náo vamos para a 3.ª divisão, vamos para a primeira. Temos um acordo com um clube que nos permitirá ter esse direito. O futsal é um desejo nosso, mas não será neste primeiro ano.»
Sérgio Conceição? «Por mim, ficava até morrer.»
Pode assegurar que Sérgio será o treinador se você ganhar? “Garantias não posso dar. Confiante e convencido de que será ele, estou. Posso cometer uma inconfidência: hoje estive com o Sérgio no Museu para fazermos uma fotografia com as 10 taças que o FC Porto conquistou com ele. E ele disse-me: ainda falta aqui mais uma. Eu disse-lhe: não, faltam muitas mais.»
Ciclismo? «Tivemos a equipa de ciclismo com grandes sucessos. Nunca esquecerei o final da Volta em que as ruas do Porto não tinham espaço livre. Houve um problema com os atletas, não com o FC Porto. Ninguém está livre que um atleta tome substâncias proibidas, conforme admitiram em tribunal. Isso não afeta o FC Porto, afetou-os a eles, que estragaram a vida. Mas logo que esteja resolvido, vamos voltar ao ciclismo para ganhar.»
Equipa executiva de André Villas-Boas: «Não posso comentar, porque não os conheço.»
Votos nas casas? «Tentámos com a revisão de estatutos que se pudesse votar nas casas e no voto eletrónico. Mas a nossa AG para isso foi boicotada e não conseguimos. Se for reeleito, lutarei por isso.»
Proximidade das casas: «Antes do começo de época haverá reunião com as casas para que cada um diga daquilo a que precisa de domingo a domingo, para não andar a pedir cunhas e a telefonar semanalmente. Depois disso, haverá a distribuição. Mantemos o senhor Alípio Jorge como responsável das casas, vamos ter colaboração da dra. Cristina Azevedo, temos o nosso Jorge, que é incansável e vamos ter com todos os presidentes das casas reuniões trimestrais, para que nos digam o que está a correr bem, mal e do que precisam. As casas são as veias que levam o sangue ao coração do FC Porto.»
Já houve conversa sobre Jota Silva? «Sabe que nós para a semana vamos jogar com o V. Guimarães. Obviamente, haja ou não, não é assunto que possa ser falado hoje.»
Lembra-se do que aconteceu a 11 de junho de 1978? Há pessoas que querem apagar todas as conquistas do presidente... «Lembro-me que foi a seguir ao dia de Camões, que me levantei e tomei o pequeno-almoço... Isso foi só depois de me candidatar. Antes, ainda iam escrever um livro. Há uma cartilha. No dia a seguir à minha apresentação de candidatura, um senhor que creio que é Nuno Dias, no CM, disse que eu, Pinto da Costa, também quando se candidatou não tinha currículo no FC Porto... O meu primeiro lugar como dirigente é de 1962, a maioria nem pensava em nascer. Fui, durante esses 20 anos, dirigente de várias modalidades. Tive o orgulho de ver o FC Porto campeão nacional em todas as modalidades que dirigi. Fui 4 anos diretor de futebol quando aconteceu o tal dia 11 de junho, que quebrou um jejum de 19 anos. Isso é uma cartilha. Vem dali e todos acham que apareci de paraquedas em 1982. Eu nem sei andar de paraquedas.»
Dívidas do FC Porto. Como combater? «Primeiro, pagá-las. Vou dar a palavra ao responsável da área financeira, que não vai poder dizer muita cosia. A última vez que falámos sobre isso, as nossas ações ficaram suspensas. Foi um show-off, apesar de no dia seguinte estarem abertas.»