Peter Schmeichel «Há muitas críticas injustas a Bruno Fernandes e quero falar de Dalot»

Peter Schmeichel esteve em Lisboa para a SBC Summit. No Sports Stage do evento, A BOLA entrevistou o antigo guarda-redes, campeão pelo Sporting em 1999/2000 e uma das grandes figuras do Manchester United. Na conversa, ocorrida no dia a seguir ao empate do ManUtd com o Twente e antes do Sporting-Estoril, o dinamarquês recordou o primeiro jogo oficial, nas Antas, os tempos de Sporting e ainda a atualidade dos clubes que marcaram a sua vida: Manchester United e Sporting.

Há, há alguns anos, uma ligação entre Manchester United e Sporting. O Peter, Ronaldo Nani, entre os mais famosos. O capitão do Manchester United também foi um jogador importante para o Sporting. Como vê Bruno Fernandes?  Houve algumas críticas sobre sua liderança e sua competência….
Eu acho que isso é muito injusto para o Bruno. Retiraram o Harry Maguire de capitão e forçaram o Bruno a tê-la. Ele não a queria. Ser capitão do Manchester United é uma grande responsabilidade e há muito foco em si. Eu acho que ele queria focar-se no seu jogo. Não estou a dizer que ele está a ter problemas por ser capitão, mas acho que lhe retirou alguma coisa, no começo. O Bruno é um dos melhores jogadores que eu já vi. O que ele pode fazer, como ele pode assistir, como pode marcar golos, realmente é um super jogador. O problema que ele tem, o problema que o Manchester United tem com o Bruno é que ele não tem uma posição. Não é um número seis, ele é mais número oito ou dez. E o sistema não está desenhado para ele. E às vezes, por causa do jeito que ele é, tenta entrar em áreas em que não deveria, porque essa é a sua reação natural. Quer estar no espaço para ter a bola e as pessoas criticam-no por isso. Acho que isso é injusto, porque eu acho que essa é a sua força. Há um sistema e há alguém que pode sair dele e surpreender a oposição. Mas, quer dizer, o Manchester United sem o Bruno… não vejo. E outro de quem quero falar é o Diogo Dalot. Era um jogador de plantel, alguém que os treinadores gostam de ter para poder preencher vagas. Eu acho que ele é muito, muito próximo de ser um dos primeiros nomes que o treinador coloca [quando faz a equipa]. A sua evolução e desenvolvimento foram incríveis. É confiável, comete poucos erros. Joga à esquerda ou à direita, tem a capacidade de entrar para o centro, para o meio do campo, e ser o homem extra. É uma revelação absoluta.