«Pensei que ia morrer e tive dificuldades para dormir durante meses»

Kokçu conta em entrevista episódio que o marcou na carreira e recorda «insistência do Benfica»

Orkun Kokçu, médio internacional turco do Benfica, número 10 da equipa liderada por Bruno Lage, abordou vários temas numa em entrevista à televisão turca TRT Spor.

O médio recordou o processo de transferência, na época passada, quando acabou por se transferir do Feyenoord para o Benfica num negócio de €25 milhões, com mais €5 milhões possíveis em bónus, o jogador mais caro da história do cube e do futebol português. Antes teve outros clubes interessados. «Houve clubes em Inglaterra com os quais me reuni. Não do top-6, mas bons clubes. Queria ser transferido para lá. Na altura, Arne Slot [ex-treinador do Feyenoord e agora no Liverpool] nomeou-me capitão, foi bom para mim e fomos campeões no final dessa época. Arne Slot é como um pai. Tornou-me quem eu sou. É o melhor treinador do Mundo.»

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Chegou, depois, a hora da transferência para a Luz. «Começámos as negociações no meio da época, com a Premier League, Serie A e Bundesliga. O Benfica também estava entre os clubes. Houve conversas. Quando nos encontrámos, percebi que me queriam muito. O Benfica foi insistente e eu pensei: «'vou para o Benfica, melhorar a minha qualidade e conseguir outra transferência'.»

O Benfica foi insistente e eu pensei: «'vou para o Benfica, melhorar a minha qualidade e conseguir outra transferência'.

O jogador contou, nesta entrevista, um episódio curioso que viveu no Feyenoord, mas que resultou em trauma. «No meu último ano lá, durante o Ramadão deram-me uma bebida energética. Queria algo que me desse energia por muito tempo, eles perceberam que pretendia algo para ter energia imediata. Bebi e meia-hora depois o meu coração começou a bater muito rápido, o meu corpo ficou apertado, pensei que ia morrer. Tive dificuldades para dormir durante quatro ou cinco meses. Recebi apoio psicológico para superar o trauma.»

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O internacional turco dos encarnados recordou o momento em que esteve quase a assinar pelo Besiktas e rumar a Istambul. «A minha transferência para o Besiktas esteve durante algum tempo em agenda.. Estava nos sub-19 do Feyenoord, eles prometeram-me que iria jogar na equipa principal, mas não cumpriram. Fiquei muito zangado. O Besiktas achou que um milhão de dólares era muito. Falei com o meu pai e disse-lhe: ‘Quero ir’. Insisti com o Feyenoord para ir para o Besiktas, mas na altura o Besiktas considerou que era muito caro.»

Em relação à Turquia, concretamente aos media no país, Kokçu admite algum, «ressentimento». «Tenho ressentimento em relação aos media da Turquia. Consegui sucesso nos Países Baixos ainda muito novo. Parece-me estranho que desvalorizem a liga neerlandesa. Já o vimos em jogos como no Ajax-Besiktas, AZ Alkmaar-Fenerbahçe. Nunca me deram muita atenção. Fui eleito para jogador do ano [nos Países Baixos], mas nunca falaram disso. Fico triste quando penso na atenção que recebo de outros. Cheguei a pensar abandonar o campo depois de algumas críticas duras», admitiu.