Selecionador do país angolano aponta para o objetivo principal: regressar à fase final da competição, 20 anos depois
A fazer um excelente trabalho na seleção angolana, Pedro Gonçalves já conseguiu atingir os quartos de final da última edição do CAN e está agora num bom caminho para garantir um novo apuramento, com nove pontos em nove possíveis nesta fase de qualificação.
Mabululu e Fabrício Milson, que marcou ao Benfica na Liga dos Campeões, fizeram os golos dos angolanos; Egito, Camarões, Nigéria, Costa do Marfim e Senegal também ganharam
Questionado sobre se o seu objetivo principal como selecionador é chegar a uma fase final de um Mundial, algo que não acontece desde 2006, a resposta foi, naturalmente, afirmativa: «É o mais importante, sem dúvida. Queremos estar em todas as grandes competições. Felizmente, já estive em várias com Angola. Temos na nossa mente que é muito importante estar nas finais das grandes competições. O Campeonato do Mundo é o sonho de todos os angolanos, porque já lá vão quase 20 anos desde a única participação. Agora toda a população sente que é possível», começou por dizer, em entrevista ao AS, apesar de garantir que não vai ser fácil.
«O favorito no nosso grupo são os Camarões, que é a equipa africana com mais presenças no Campeonato do Mundo. Isso diz tudo. É um grupo muito equilibrado e vai ser uma luta tremenda. Não vai ser fácil, mas contem connosco para a luta, porque a nossa ambição é estar presente no Campeonato do Mundo de 2026», atirou, antes de afirmar que não espera ver uma seleção africana a vencer pela primeira vez o Mundial, em 2026, apesar de Marrocos ter feito história ao chegar às meias-finais da última edição.
«Não creio que seja no próximo Campeonato do Mundo (risos), mas está cada vez mais perto. O futuro está em África. A América do Sul também tem um grande potencial com o Brasil, a Argentina, a Colômbia, o Equador... África tem muito talento e está à procura de uma oportunidade. Na Europa, muitos jogadores jogam bem, mas não têm a ambição e a determinação de ter sucesso. Não sei, acho que 2026 é demasiado cedo para África se tornar campeã do mundo, mas daqui a 8 ou 12 anos? Possivelmente com o desenvolvimento de países como Marrocos, em grande competição também com a Argélia, o Egito, a Costa do Marfim, a Nigéria, os Camarões, o Gana? São equipas com muito potencial. A maior parte dos seus jogadores estão em grandes clubes da Europa e espero que Angola também faça parte desse grupo de países», explicou, antes de falar sobre a eliminação nos quartos de final do último CAN, aos pés da Nigéria, na altura de José Peseiro.
«Vamos ver os dois vértices. Era uma ótima oportunidade para fazer algo mais. Por outro lado, fizemos o nosso melhor e perdemos para a Nigéria, que quase ganhou a competição. Talvez, se olharmos para todo o torneio, a Nigéria merecesse ser campeã. Foi uma derrota por pouco. Não nos sentimos inferiores à Nigéria», finalizou, sendo que foi a Costa do Marfim que conquistou a competição, em casa.