Paulo Sérgio pede mais concentração aos seus jogadores
Paulo Sérgio, treinador do Portimonense (Foto: @guelbergoes/IMAGO)
Foto: IMAGO

Paulo Sérgio pede mais concentração aos seus jogadores

NACIONAL16.02.202414:20

Treinador do Portimonense aponta à falta de concentração em alguns jogos, que têm originado erros e retiram a equipa de discutir os resultados.

Na antevisão ao jogo com o Vitória de Guimarães, que se realiza neste sábado, às 18:00h, no Portimão Estádio, Paulo Sérgio elogiou a equipa minhota e pediu aos seus jogadores para elevarem os níveis de concentração e acerto, para evitar que sejam cometidos os mesmos erros que têm dificultado a equipa a lutar pelos resultados. O treinador dos algarvios desculpabiliza Nakamura pela noite má que teve na Amadora, «a responsabilidade das derrotas é minha», disse, recordando que o guarda-redes japonês já deu muito à equipa. Para o confronto com os minhotos, o extremo Luan Campos já treina integrada e volta a ser opção, ao contrário do médio Paulo Estrela e do avançado Tamble Monteiro, ambos entregues ao departamento clínico.

- O Portimonense em casa, tem tido algumas dificuldades em vencer. Atendendo ao bom momento que o Vitória de Guimarães atravessa, além de uma batalha complicada, o jogo assume maior importância para a sua equipa?

«Não é um jogo com importância, são todos muito importantes. O campeonato está muito competitivo, os pontos estão muito distribuídos. Duas vitórias colocam-te no 6.º/7.º lugar, duas derrotas na linha de água. É assim que o campeonato está este ano e é assim que eu prevejo que seja até final. Nós temos que pensar que temos aqui mais uma oportunidade para somar três pontos, respeitando um grande momento do Vitória. O Álvaro [Pacheco] está a fazer um fantástico trabalho, somando muitos pontos desde que pegou no leme. É uma equipa que também é jovem, recheada de valores. Vai ser mais um teste duro, temos que olhar para nós, porque o que nos tem retirado em alguns jogos de competir pelo resultado têm sido atos nossos e erros primários, porque nós temos competido, não temos sido em nada inferiores aos adversários. Mas tem havido jogos em que os nossos erros nos tiram daquilo que é competir pelo resultado e isso não pode acontecer a este nível. Isso paga-se caro. Portanto, temos que ser mais atentos, mais concentrados, para que possamos competir pelo resultado, que é aquilo que que todos desejamos».

- Este talvez seja o melhor momento do Vitória de Guimarães, que virá a Portimão sem duas unidades importantes [Borevkovic e Jota Silva]. Esses dois fatores, em que poderá traduzir-se no nível de dificuldade? 

«Acredito que o Álvaro [Pacheco] terá lá as soluções para suprir as ausências. Falar da ausência do Jota [Silva], que tem feito um campeonato extraordinário numa evolução tremenda desde que o começamos a conhecer, obviamente que o Álvaro [Pacheco] o gostaria de ter presente. Tenho a certeza que ele tem lá soluções e alternativas para se apresentar bem aqui em Portimão».

- Na Amadora, o Portimonense começou com uma linha de cinco defesas e depois, em função do resultado, alterou para quatro…

«Quando, independentemente daquilo que às vezes nós queremos como ideia ou estratégia para um jogo, e em que ficas fora da discussão do mesmo, da forma como ficámos na Amadora, a dada altura tu ficas sem saber se aquilo que era a tua ideia, a tua proposta, resultaria ou não. Em função de alguns erros, de alguns golos fáceis que tínhamos vindo a cometer, a entregar, eu resolvi, digamos assim, proteger-me um pouco mais atrás, mas o que é facto é que em 15 minutos, com esse reforço, com essa maior segurança, nós ficamos fora do jogo por outro tipo de erros, e isso tem-nos penalizado muito. Hoje é um, amanhã é outro. Até lhes disse a eles, ao menos errem todos no mesmo dia e vamos parar com isso de uma vez. A equipa, muitas das vezes parece que está a jogar com uma linha de cinco e não está, também dentro do jogo podemos defender de uma forma e atacar de outra e sempre à procura de pôr aqueles que entendemos que estão em melhor momento para poder ajudar a equipa. Eu acho que não é por aí, não é uma questão de sistema, é uma questão de maior concentração, porque esses erros individuais nos têm posto em situação muito difícil durante as partidas. E quando nós temos um nível de acerto e de concentração adequado, normalmente brigamos pelo resultado até final».

- Esses erros individuais, e atendendo à chegada de novos jogadores com o aumento da competitividade interna, pode levar a encontrar outras soluções…

«Obviamente. Entre aquilo que nós temos à nossa disposição, estamos sempre à procura disso, de colocar aqueles que se apresentam em melhor momento para cada partida. Com esse aumento da competitividade interna, também nos cria, a quem tem que tomar decisões, algumas dúvidas, e tudo tem o seu tempo. Acho que provavelmente somos dos plantéis em que praticamente toda a gente já jogou e teve a sua oportunidade. Não há ninguém que esteja arredado de poder jogar dentro das opções que temos disponíveis. E é isso que se pretende dentro de um grupo, que haja competitividade interna, para nós depois podermos decidir aqueles que, em nosso entender, apresentam as condições ideais para lutar pelos pontos».

- Durante a semana, teve que puxar muito por Nakamura, dado que o próprio, durante o jogo na Amadora, sentiu que não lhe estava a correr bem?

«Disse no final do jogo que a responsabilidade das derrotas é minha e ele tem que ter a cabeça limpa e fazer aquilo que tão bem sabe fazer. Acho que ninguém tem memória curta e também sabe aquilo que ele já nos deu em termos de boas prestações. Um dia mau todos temos e ele tem que levantar a cabeça e olhar para a frente. É um atleta de elevada capacidade.»