Paulo Sérgio: «É uma vitória sem contestação do FC Porto»,
Paulo Sérgio, treinador do Portimonense (Foto: @guelbergoes/IMAGO)
Foto: IMAGO

Paulo Sérgio: «É uma vitória sem contestação do FC Porto»,

NACIONAL08.03.202422:22

Treinador do Portimonense na sala de imprensa do Portimão Estádio, depois da sua equipa ter sido derrotada (0-3) pelo FC Porto, em jogo da 25.ª jornada da Liga

Paulo Sérgio reconheceu que o FC Porto venceu «sem contestação», num jogo em que apontou «erros infantis» dos seus jogadores, nos golos dos dragões. O treinador do Portimonense aponta ao trabalho, como fundamental para que esses erros não se repitam.

 - Que análise faz ao jogo, considerando que o 1.º golo foi marcado muito cedo, e o que é que isso alterou na estratégia que trazia?

 «Acho que é uma vitória sem contestação do FC Porto, em que nós, ao longo do tempo de jogo fizemos coisas bem feitas, mas a frustração que levo daqui é pela forma como concedemos os golos. O 1.º é ridículo, a infantilidade com que damos essa abertura, essa tranquilidade ao FC Porto é que é frustrante. Porque até entrámos bem no jogo, temos uma oportunidade claríssima pelo Hélio [Varela] e a equipa a fazer o que foi trabalhado, a não dar bolas perdidas no centro do terreno. Estas equipas grandes, em transição quando nós nos expomos, são perigosíssimas, têm muita qualidade e castigam. E nós cometemos erros. Os lances que dão os golos do FC Porto saem daquilo que trabalhámos para o jogo. Como o 3.º golo, com um passe na diagonal, quando podíamos ter atacado a profundidade, vamos fazer um passe lateral com a equipa toda aberta, onde se perde bola e vai dar o golo. São estes momentos que me deixam frustrado, em relação àquilo que trabalhamos e apresentamos.»

 - O que quis mudar com as quatro substituições de uma vez na 2.ª parte?

 «Quis refrescar, tentar pressionar mais alto e entrar no jogo, mas o FC Porto, com esses erros que nós cometemos, castigou-nos. Temos mais duas situações idênticas a essa que dá o primeiro golo. A forma como o FC Porto pressiona dá muita saída pelo nosso lateral, porque o FC Porto mete o extremo a pressionar dentro. Tínhamos isso trabalhado, a bola que dá o lance do Hélio [Varela] é assim trabalhada, com o passe do Seck. Nós queríamos e devíamos ter insistido nisso. Perder a bola no corredor não é tão perigoso quanto perder a bola na zona central do terreno. O FC Porto quando recupera bolas na zona central, tem jogadores com muita qualidade, que em dois, três passes criam uma situação de golo. Estávamos avisados para isso. O 2.º golo, quando o Galeno vem para dentro, toda a gente sabe neste país, que vai encostar a bola naquele lado da baliza. Mas quem o pressionou só o acompanhou de lado, não teve agressividade suficiente para estorvar o remate, contactar no corpo. São este tipo de coisas que fazem muita diferença. Hoje também foi um jogo em que fizemos poucas faltas, o que significa um défice de agressividade. Isto tudo somado, dá a vitória do FC Porto, para além da sua qualidade, obviamente.»

 - O Portimonense está há seis jogos sem ganhar. Como é que se dá uma injeção de confiança ao grupo, para o que resta do campeonato?

 «Cabeça levantada e com espírito para trabalhar. Trabalhando, insistindo, procurando soluções e indo à procura dos pontos. Nesta parte, o futebol não tem segredo. É a única forma que eu conheço. É trabalhar, insistir com as armas que temos, corrigir, mostrar o que fazemos todas as semanas, para ver se esses erros desaparecem e conseguimos ser mais competentes para brigar pelo resultado.»

 - Não é fácil trabalhar durante a semana e esses erros infantis comprometerem esse trabalho…

«Há alguma falta de maturidade. Há jogadores a repetir erros que tinham obrigação de não cometer, que já os cometeram outras vezes, temos de aprender também com os erros que os colegas cometem. Mas o caminho é só um, é insistir, é mostrar, é chamar à razão e ir para a luta.»