Portimonense Paulo Sérgio diz que Taça da Liga é objetivo «utópico»

Na antevisão ao jogo com o Estrela da Amadora, que se realiza neste domingo ás 20:30h, no Portimão Estádio, Paulo Sérgio, treinador do Portimonense, abordou este início de época e, além de pedir mais dois ou três jogadores experientes, deixou elogios aos jovens que compõem o seu grupo de trabalho.

«É o início de mais uma tirada, já vamos para a quinta época em Portimão, onde me sinto bastante bem e sou bem tratado, o que me dá uma energia para fazer bem as coisas e o sentido de responsabilidade de trabalhar para manter o clube na 1ª liga. Mais um ano a iniciar com esse propósito, até este momento com um grupo bastante jovem, toda a gente quer e eu também não fujo à regra de ter jogadores feitos e prontos, mas esse não é o propósito e projeto da nossa administração e, no fundo, nestes cinco anos com tão bons frutos colhidos nesse projeto. Veja-se o número de jogadores transferidos e a quantidade de jovens a quem lhes foi dada a oportunidade de jogar pela primeira vez na 1ª liga e este ano mantêmo-nos muito nesse rumo, dos 23 atletas nove são sub-23 e já estou a tirar o Relvas e o Estrela deste contingente, já lhes chamando adultos, apesar de ainda serem jovens, e se viessem mais duas ou três pedras que estamos a conversar para dar mais peso e estaleca ao plantel seria de bom tom. Sei que estamos a conversar e à procura de ver a resposta do grupo, porque a pré-época serve para isso. Posso dizer que neste momento estou encantado com a atitude, postura e qualidade que estes jovens que estão a ter a sua primeira oportunidade, têm vindo a demonstrar, mas sabemos que o campeonato é longo e duro e a introdução de mais duas ou três pedras será importante. Temos ainda tempo para definir todos esses detalhes e aguardar boas respostas nesta pré-época, para podermos decidir bem nessa matéria.»

«Adoro trabalhar. Quando vejo a concorrência contratar jogadores feitos e tarimbados, facilita muito a tarefa ao treinador em atingirem objetivos. Temos que correr e trabalhar o dobro para os atingir porque constantemente estamos a criar e a promover gente completamente desconhecida, e isso também é motivador, não nos deixa tranquilos nem dormir muitas horas. Temos que encontrar um equilíbrio para que a tarefa às tantas não se complique, mas é muito motivador e os resultados deixam-nos bastantes satisfeitos, com muitos encaixes que a administração tem feito. Mas é duro. É um trabalho árduo e difícil, mas fico feliz quando vejo as sementes a brotarem e a crescerem.», disse sobre as dificuldades que têm sido os inícios de época, em que tem que começar quase do zero.

«Quando digo que seria bom introduzirmos alguma experiência no grupo, não tem nada a ver com aquilo que eu estou a ver deles. Até me assusta, eu estou a gostar demasiado daquilo que tem sido a resposta deles, nestas quase três semanas de trabalho. Não só em termos de atitude, mas também da sua qualidade e desenvolvimento das mesmas. Há aqui gente que, seguramente com muito trabalho, vai ter os eu espaço na 1ª liga e no futebol português. Mas é óbvio que isto tem que ser transferido para os jogos e para os pontos, mas para já até me assusta estar a gostar tanto desta garotada toda.», elogiou.

«Quem entrou no grupo tem qualidade, passa muito por nós, mas principalmente por eles, adaptarem-se rápido a esta nova realidade nas suas vidas e terem a capacidade de dar boas respostas. Portanto, neste momento e no papel estamos mais completos, entendendo eu, como disse, que com mais duas ou três pedras com mais algumas experiências seriam muito bem-vindas.», continuou.

Sobre o encontro com o Estrela da Amadora, para a 1ª fase da Taça da Liga, o treinador dos algarvios, referiu. «Na nossa realidade era muito bom que pudéssemos competir pela Taça da Liga, mas é um pouco utópico no modelo que ela tem em Portugal, com uma final four e com candidatos com outro nome e estaleca a entrarem mais tarde na competição. É o que é. É um pouco utópico pensar num projeto como o nosso que podemos brigar pela Taça da Liga, então servimo-nos dela para preparar a equipa para o que realmente nos importa. Mas isso não quer dizer que nós não vamos tudo tentar fazer para vencer a partida. É para preparar a equipa, mas também para procurar vencer e é a vencer que ficamos felizes. Vamos procurar competir, sabemos que vamos defrontar uma equipa que vem toda ela junta de um processo de vitória e subida de divisão. Estamos lembrados e trabalhados do que fizeram com o Marítimo no play-off, portanto estamos atentos, sabemos da sua qualidade.»

Frente aos amadorenses, o treinador não pode contar com Nakamura, que ainda não está a treinar, porque lesionou-se no último jogo da seleção do Japão, diante do Peru, realizado a 20 de junho.