Paulo Lopo, presidente da SAD do Estrela da Amadora, diz que clubes estão apreensivos com nova legislação sobre imigração e que o Governo ainda não tem a «verdadeira perceção da gravidade da situação», com perdas para a economia
A nova legislação sobre imigração está a gerar preocupação nos clubes portugueses em pleno mercado de verão. Paulo Lopo, presidente da SAD do Estrela da Amadora, mostra-se «apreensivo» e lembra que a situação tem impacto não só no futebol mas na economia.
Organismo reuniu de urgência para debater problema que «já a afetar gravemente a capacidade de atuação normal dos clubes» em pleno mercado de transferências
«Estamos apreensivos porque a possibilidade de inscrever os jogadores é limitada. Temos cinco jogadores que estão contratados, já estão a ser pagos e não podem ser utilizados porque não podem vir, não têm visto e o tempo que os vistos demoram não é compatível com a nossa necessidade», afirmou a A BOLA o dirigente.
«No passado havia uma via direta com o SEF, com carta de chamada, e, neste momento, ou é criada uma alternativa a essa via ou não sei como os clubes vão resolver esta situação», observou Paulo Lopo, sublinhando que «não tem havido uma verdadeira perceção da gravidade da situação por parte do Governo».
«A janela de mercado não fecha a 30 de agosto, mas em final de maio. Se quiser contratar um jogador a 30 de agosto, ele só pode estar disponível 60 a 80 dias depois», explicou, acrescentando que este tipo de limitações vai mudar o paradigma: «Sendo Portugal um exportador de talento, é uma perda para o futebol e para a economia. Somos a maior porta de entrada de jogadores africanos e sul-americanos na Europa e vamos deixar de ser.»
Sublinhe-se que o Decreto-Lei n.º 37-A/2024, de 3 de junho, impôs a «revogação dos instrumentos de autorização de residência assentes na mera manifestação de interesse». Até então, um estrangeiro poderia permanecer em território nacional sem visto de residência, desde que tivesse um contrato ou uma expectativa de contrato de trabalho, antes de pedir visto permanente.